Jaime Faria (120.º classificado no ranking ATP) e Francisca Jorge (190.ª na hierarquia WTA) lideram as listas de inscritos na edição centenária do Campeonato Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto que a Federação Portuguesa de Ténis organiza, entre 2 e 9 de novembro, na nave de campos cobertos de piso rápido do Complexo de Ténis do Jamor, em Oeiras.
A 100.ª edição da prova rainha do ténis nacional distribui 25.000 euros em prémios monetários. Ao mesmo tempo desenrola-se o Campeonato Nacional de Ténis em Cadeira de Rodas.
A viver a melhor temporada da carreira, Jaime Faria regressa ao torneio que terminou como finalista em 2023 e no qual foi o primeiro cabeça de série em 2022. Será esse o estatuto a acompanhar a participação de 2024, ano de explosão no circuito internacional que o viu escalar do 411.º lugar no ranking ATP até ao 120.º com que chega a “casa”, o Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis que tem como base de treinos.
O lisboeta de 21 anos traz na bagagem o título de campeão do Challenger 100 de Curitiba, no Brasil, o segundo e mais importante do ano e da carreira no circuito secundário, depois de quatro consecutivos em torneios ITF meros meses antes. Pelo meio, estreou-se em torneios do Grand Slam e ao serviço da seleção portuguesa na Taça Davis.
Com 53 vitórias em encontros de singulares desde o início da temporada, Jaime Faria será o principal candidato ao título que lhe escapou há um ano, quando perdeu a final para o amigo e colega de treinos Henrique Rocha. O portuense não defenderá o título por estar na América do Sul a jogar provas Challenger em busca de pontos que lhe permitam qualificar-se para o Next Gen ATP Finals — o torneio que reúne os oito melhores tenistas sub 20 do mundo (atualmente está na 11.ª posição).
No lado oposto do quadro estará Frederico Silva (394.º), o último dos participantes a chegar ao Jamor. Em boa forma, o caldense conquistou recentemente o segundo título do ano — depois de Castelo Branco venceu em Sintra — e esta sexta-feira apurou-se para as meias-finais de um ITF M25 em Monastir, na Tunísia, onde celebrou a oitava vitória consecutiva. Será a primeira participação do ex-top 200 ATP desde que teve o estatuto de primeiro cabeça de série na edição de 2020 (semifinalista), realizada no Monte Aventino.
Nenhum dos inscritos no torneio masculino tem o nome inscrito no palmarés da prova, pelo que é certa a coroação de um campeão inédito no dia 9 de novembro. Mas para além do finalista de 2023 também os de 2022 (Francisco Rocha) e 2021 (Pedro Araújo) regressam.
Tal como Faria, o portuense (692.º) e o lisboeta (476.º) estão a viver a melhor temporada das respetivas carreiras — Rocha jogou pela primeira vez uma final de singulares, Araújo conquistou mesmo dois títulos, os primeiros do palmarés — e fecham o “top 4” de maiores candidatos.
A lista de entradas diretas ficou completa com os nomes de Diogo Marques (902.º ATP) e os melhores classificados no ranking nacional: João António, Ricardo Ramos, Miguel Semedo, Guilherme Valdoleiros, Illia Stoliar, José Ricardo Nunes (21 participações, todas no quadro principal) e Dino Molokova.
Na prova feminina, Francisca Jorge volta a partir como a maior candidata ao título e estará, aos 24 anos, novamente à procura da história: um ano depois de tornar-se apenas na quinta mulher a vencer a competição por sete vezes, a melhor tenista portuguesa da atualidade tenta igualar o registo de Angélica Plantier para ser a quarta a erguer por oito vezes o troféu de campeã e na terceira a fazê-lo em edições consecutivas (Sofia Prazeres venceu nove e Leonor Peralta conquistou os primeiros 10 de 13 títulos em anos seguidos).
A tenista natural de Guimarães é a única entre as inscritas a conhecer a sensação de glória no Campeonato Nacional Absoluto, onde aliás soma 27 vitórias consecutivas, mas para além dela já outra jogadora conheceu a sensação de alcançar o encontro decisivo — e o apelido é o mesmo: a irmã mais nova, Matilde Jorge, finalista em 2019, 2021, 2022 e 2023.
2024 tem sido um ano com várias páginas históricas para as irmãs vimaranenses: Francisca Jorge estreou-se em torneios do Grand Slam (fez o pleno de participações em fases de qualificação), conquistou o título mais importante da carreira no ITF W75 de Guimarães e, entretanto, tornou-se na primeira mulher portuguesa a integrar o top 100 do ranking mundial de pares. Já Matilde Jorge, inaugurou o palmarés individual ao vencer o ITF W35 de Leiria e mais recentemente jogou uma segunda final no ITF W35 de Faro, resultados que a ajudaram a escalar sensivelmente duas centenas de posições nos últimos meses. Lado a lado, destaque para o título inédito no WTA 125 de Oeiras — o primeiro de tenistas portuguesas em torneios com a chancela WTA.
Angelina Voloshchuk (729.ª WTA), que fecha o pódio português na hierarquia mundial, também regressa ao Campeonato Nacional Absoluto. As restantes vagas no quadro principal estão reservadas, através do ranking nacional, para Teresa Franco Dias (1404.ª WTA), Maria Beatriz Teixeira, Catarina Moreira, Amália Suciu (1365.ª WTA), Matilde Novais, Catarina Silva, Lena Couto (1404.ª WTA), Maria Garcia (1294.ª) e Madalena Santos.
Em simultâneo com a 100.ª edição do Campeonato Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto acontecerá a 21.ª do Campeonato Nacional de Ténis em Cadeira de Rodas.
Este ano verificou-se um aumento significativo no número de inscritos (17 jogadores, mais cinco do que em 2023), que constitui um recorde na prova. Entre eles, são de salientar as presenças do bicampeão em título, João Couceiro, e dos ex-vencedores Carlos Leitão (2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2019) e Jean Paul Melo (2015, 2016, 2017, 2018 e 2020).
O Campeonato Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto começa este sábado, com o sign-in obrigatório para o qualifying de singulares entre as 9h e as 10h. Depois serão realizados os sorteios e os primeiros encontros realizam-se a partir das 11h. Os sorteios dos quadros principais acontecerão no domingo.