O trabalhador-estudante Pedro Araújo encontrou um escape nos livros e quer acabar o ano em alta

Eduardo Oliveira/FPT

BRAGA — Pedro Araújo está a atravessar a melhor época da carreira e tudo isto enquanto abraça o desafio de conciliar o ténis profissional com a licenciatura em gestão, na qual encontrou uma forma de desconectar do mundo das raquetas apesar dos graus de motivação e exigência serem exatamente os mesmos. E apesar de se dividir entre trabalhador e estudante tem objetivos para o que resta do semestre tenístico.

“Tenho estudado bastante não só aqui no clube como também no hotel. Hoje acabei de aquecer antes das 10h e tinha mais de três horas até ao meu jogo, portanto aproveitei para estudar não só porque preciso, mas também para tirar um bocadinho a cabeça do ténis, caso contrário estaria três horas sentado no sofá sem fazer grande coisa [os campos cobertos estavam ocupados com encontros]”, contou depois de uma jornada dividida entre a derrota em singulares e o triunfo em pares.

Aluno da licenciatura em gestão na Nova SBE desde fevereiro, o lisboeta de 22 anos garante que “o ténis continua a ser a prioridade”, mas explica que “nunca passo 10 horas por dia a jogar, portanto acabo por ter sempre algum tempo em que posso estudar e tenho lidado bem com isso.”

“Não creio que ande a prejudicar em nada o meu ténis, acho até que de certa forma me tem beneficiado em algumas coisas, nomeadamente ao tirar um bocadinho a cabeça do ténis e ocupar-me com outras coisas, neste caso algo útil para o meu futuro.” Futuro esse que “depende muito” do que for a carreira de raqueta na mão, mas que depois poderá passar por “ter empresas” e “gerir negócios”.

A exigência de livros na mão é, assegurou, igual à que coloca quando segura a raqueta, razão pela qual não consegue transformar completamente as duas derrotas equilibradas em Lisboa e Braga, perante dois jogadores bem acima no ranking, em vitórias morais.

“Fiz dois bons encontros, mas acabei por perdê-los aos dois e no final de contas isso traduz-se em zero pontos. O ténis nesse aspeto é um bocadinho… não quero dizer ingrato, mas difícil. Agora vou voltar aos ITF depois de vários Challenger seguidos e acredito que vou conseguir ganhar mais encontros porque estou com nível para isso. O plano passa por jogar os dois torneios da Beloura, os dois do Algarve, pelo meio provavelmente o Campeonato Nacional e depois o Challenger da Maia e espero obviamente atingir não só o top 500 como tentar acabar no top 450.”

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