Henrique Rocha celebra sucesso mais longo embalado por triunfo histórico

Sara Falcão/FPT

LISBOA – A escadaria rumo a outros voos ficou mais curta depois da histórico e monumental triunfo de Henrique Rocha sobre Casper Rudd na Taça Davis, há 13 dias. É, pelo menos, essa a ideia do atual número três nacional, que alicerçado sobre esse sucesso disparou para o segundo maior sucesso, agora em Portugal e no Del Monte Lisboa Belém Open.

A vítima foi Thiago Seybtoth Wild, 87.º ATP – antigo top 60 e vencedor do ATP 250 de Santiago em 2020 -, num encontro que começou terça-feira e só terminou esta quinta. Confusos?

É que a 5-6, 4-0-30 do primeiro set da primeira ronda da oitava edição do Challenger do CIF, a chuva interrompeu o duelo para recomeçar cerca de 48 horas depois. E em vez de reeiniciar nas mesmas condições, a intempérie obrigou a segunda metade do frente a frente a ser jogada em recinto coberto.

Os dois dias de diferença entre o início e o fim marcam, sem grandes dúvidas para o jovem luso, o maior encontro jamais disputado. Após arrecadar o primeiro ponto importante para levar o parcial inaugural ao tie-break, Rocha venceu igualmente os três seguintes e disparou para o terceiro sucesso face a um opositor do top 100 e o terceiro nos últimos quatro compromissos.

“Foi um encontro complicado porque dormi duas noites depois do início e ainda joguei pares pelo menos. Comecei bem, há dois dias, estava a jogar bem e a sentir-me bem ali fora. Infelizmente, ou felizmente, a chuva parou o encontro, não sei qual seria o desfecho na terça-feira. Hoje entrei bem, fiz o que tinha planeado e fiz bem”, disse o portuense em conferência de imprensa posterior.

A qualidade de Wild foi destacada, em concreto o peso de bola do número dois brasileiro, e as novas condições de jogo assentaram que nem uma luva no gosto do português. “Foram dois encontros diferente dentro de um. As condições fora são bastante mais lentas, lá dentro a bola estava mais rápida. E consegui servir bem nos momentos mais importantes”.

O serviço foi mesmo uma arma fulcral para o triunfo. “As condições indoor favorecem-me. Treinei a minha vida toda em terra indoor, na Maia, e são condições em que sirvo bem e me sinto bem. Cá fora não sou um grande servidor, mas lá dentro é diferente. Não é o serviço em sim, mas as consequências do mesmo. A bola desliza mais, é mais rápida e quem responde fica mais inseguro. Estava a esconder bem o serviço e ia variando, isso fez a diferença. E quando consigo equilibrar o serviço com o meu adversário tenho de certa forma um ascendente, porque a jogar de fundo sinto-me melhor”.

Agora há que “voltar à realidade”, ser “consistente e humilde” pois há um novo dia para confirmar novamente os pregaminhos. E logo num dia que pode ser de jornada dupla – caso vença a segunda eliminatória frente a Federico Arnaboldi, Henrique Rocha terá de regressar para o comprimisso dos quartos de final, com a vantagem de regressar cheio de confiança pelos dois maiores sucessos da carreira em embates consecutivos.

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