De sorriso na cara e com “bagagem” inédita, Matilde Jorge está pronta para novos e maiores desafios

Beatriz Ruivo/FPT

LISBOA — Ainda não tinham passado 24 horas de uma derrota difícil de digerir na final de pares das Caldas da Rainha quando Matilde Jorge foi a jogo em Lisboa, mas a número dois nacional deixou para trás o desfecho amargo e entrou a ganhar no Del Monte Lisboa Belém Open para garantir que ainda será no CIF que fará o primeiro encontro da carreira na qualidade de jogadora do top 400 WTA.

De sorriso no rosto, a jovem de 20 anos admitiu que a derrota na final de pares ao lado da irmã mais velha “foi pesada” sobretudo pelos contornos que o encontro ganhou (lideraram por 5-3 e 6-5 com dois set points no primeiro parcial e ainda por 4-0 no segundo), mas “não retirou confiança” e, depois de uma noite bem dormida, acordou com o mindset certo para abordar uma nova semana e dar continuidade à boa forma das últimas semanas, com destaque para o primeiro título de singulares da carreira — em Leiria — e ainda umas segundas meias-finais — em Santarém.

“Hoje, em pontos mais equilibrados, senti algumas vezes que o físico não estava tão bom, mas isso é porque a terra batida é uma superfície mais exigente e desta vez não tive uma semana de adaptação porque tenho feito mais encontros“, considerou. Antes, já tinha admitido ter-se sentido “a patinar” depois de uma “adaptação difícil” a uma superfície que é “mais exigente na deslocação e no deslizar” e que a fez perder alguma qualidade nas pancadas.

A circunstância exigia-lhe “jogar com o que tinha” e o desfecho favorável fê-la sair tão satisfeita quanto possível de um court a que voltará já na segunda-feira com um estatuto diferente, dado que na próxima vez em que for chamada a jogo já será como top 400 mundial.

Ao ser questionada sobre a estreia nessa elite, um feito ainda raro no ténis feminino português (será apenas a 11.ª mulher do nosso país a subir tão alto no ranking WTA), soltou um enorme sorriso antes de salientar a importância da bagagem adquirida ao longo destas semanas em que desbravou caminho no circuito para terminar com um reforço da abordagem que tem tentado aplicar nesta nova fase da carreira: “Tenho tentado não pensar muito em resultados e em ranking porque isso não me ajuda muito. Sinto mais pelas outras pessoas, quando me vêm dar os parabéns e dizer que tenho estado bem. É isso que me anima e que me faz perceber que realmente estive bem nas últimas semanas, mas não é no top 400 que quero estar, quero chegar aos Grand Slams, por isso só tenho de continuar a trabalhar.”

O próximo passo nessa direção dá pelo nome de Oleksandra Oliynykova, ucraniana de 23 anos que está na 325.ª posição do ranking WTA.

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