BEKKESTUA — Rui Machado não hesitou em classificar a vitória de Henrique Rocha sobre Casper Ruud como “uma das melhores da história do ténis português” e desfez-se em elogios ao feito assinado pelo jovem de apenas 20 anos, que se tornou no primeiro a vencer um top 10 mundial ao serviço da seleção na Taça Davis.
Em declarações ao Raquetc no final da primeira jornada, que deixou a eliminatória com a Noruega empatada (1-1), o capitão português reconheceu que “conhecemos o Henrique e sabemos que ele é capaz de jogar a um altíssimo nível, mas ainda não sabíamos que ele era capaz de jogar a um altíssimo nível durante um encontro inteiro contra um top 10, por isso fica aqui uma boa nota para ele ter como referência no futuro.”
“Foi um encontro extraordinário em vários níveis: pelo nível que produziu, pelos momentos que conseguiu superar inclusive quando o nível do Ruud aumentou, mas também os momentos de tensão e a responsabilidade que tinha. Isso demonstra que está cada vez mais maduro e pronto e é de registar”, acrescentou o ex-internacional português.
“É uma das melhores vitórias de sempre do ténis português e aqui na Taça Davis é, como dizes, a primeira sobre um jogador do top 10, por isso fica o registo, fica a história e sobretudo fica a referência para ele como jogador”, disse ainda.
Já sobre a importância do triunfo para as contas finais, uma vez que a Noruega tinha ganho o primeiro singular e era favorita para o segundo, Rui Machado não escondeu que este era o resultado mais esperado, “mas não desta maneira, só que o ténis é mesmo assim e sobretudo a Taça Davis é mesmo assim.”
“Da mesma forma que o Henrique ganhou ao Ruud, o número dois deles, que é um júnior top, fez um encontro extraordinário e aproveitou um ou dois deslizes do Jaime para ficar com o ponto. Foi um daqueles encontros em que o fator casa provavelmente foi determinante, porque em casa nunca perderíamos aquele encontro. Não tanto pelo nível do Jaime, mas porque não acredito que ele se tivesse aguentado bem e jogado daquela maneira num torneio normal. Aqui o público agarrou-o, há mais responsabilidade e isso agarra mais, é o que faz com que na Taça Davis tudo seja diferente”, refletiu já sobre o duelo que abriu a contenda na Nadderud Arena.
Explicando que “à partida” também não vai poder contar com Nuno Borges para a jornada de sábado, sendo o cenário mais provável a ida a jogo de Jaime Faria com Francisco Cabral no par e, depois, Faria frente a Ruud no primeiro singular, seguido de Rocha contra Budkov, o técnico considerou que o empate deixa “tudo em aberto”.