BEKKESTUA — Jaime Faria viveu uma semana de estreias na Taça Davis. Foi convocado pela primeira vez, tornou-se no número um da equipa por causa da lesão de Nuno Borges, competiu em singulares, em pares, por duas vezes num só dia e numa ordem inédita e defrontou um top 10, tudo ensinamentos que retira da derrota de Portugal na deslocação à Noruega.
“Hoje foi um dia negativo, claro, com duas derrotas da minha parte. Não consegui contribuir no marcador, portanto saio daqui triste, mas ainda assim com muitos ensinamentos”, disse ao Raquetc numa primeira análise após perder em pares, com Francisco Cabral, e em singulares — em ambos os casos com Casper Ruud do outro lado da rede.
“Foram todas experiências novas, portanto há muito que posso retirar daqui. Dei tudo, mas sei que posso melhorar muito”, acrescentou logo de seguida o único estreante do fim de semana antes de desmanchar os dois encontros. Da jornada.
“O par esteve bastante equilibrado até certo ponto, mas nunca encontrámos um equilíbrio na resposta, nunca chegámos a apertar assim tanto o servidor ou a meter mais pressão no jogador da rede”, considerou Faria. “Eles estiveram sempre mais confortáveis a servir e isso nos pares faz muita diferença. Tiveram mérito porque foram melhores e conquistaram um ponto que era importante.”
Já sobre o singular em que estava obrigado a surpreender um top 10 mundial para manter a eliminatória viva, o jovem de 21 anos admitiu que “entrei um pouco nervoso, mas tive as minhas oportunidades.”
“Senti que ele estava pouco fino, mas fomos os dois melhorando e quando chegámos ao tie-break ele já estava mais metido e foi melhor do que eu. Fiz um ou dois erros que me custaram caro e a partir daí ficou tudo mais complicado, porque contra estes jogadores faz muita diferença entrar por cima e vencer o primeiro set. Não deixei de lutar, mas ele soltou-se”, acrescentou o número dois nacional (157.º ATP).
Entre os vários ensinamentos que contou ter recolhido ao longo da semana, Jaime Faria destacou a necessidade de “aproveitar mais a esquerda, avaliar e entrar melhor algumas situações em que posso atacar e ser mais agressivo, ir para a rede. Hoje o serviço já esteve melhor, não dei borlas como ontem e consegui tomar mais tempo entre pontos e jogos, mas ainda assim não venci, por isso tenho muita margem de progressão.”