Jaime Faria pensou em Roland-Garros e sentiu “o peso da camisola” numa estreia por Portugal que “escapou por muito pouco”

BEKKESTUA — A estreia perfeita de Jaime Faria pela seleção nacional não andou longe, mas um adversário ainda mais jovem impediu a festa portuguesa no arranque da eliminatória em Bekkestua, nos arredores de Oslo, onde apesar da ocasião o número um improvisado — Nuno Borges está lesionado e ficou de fora das opções do capitão Rui Machado para o primeiro dia — considerou ter lidado bem com a responsabilidade.

“Foi um encontro de nervos porque é a minha primeira participação na Taça Davis. Já sabia que ia estar assim e passei o dia a sentir um nervoso miudinho, mas acho que até reagiu bem no início e ganhei o primeiro set a jogar melhor do que ele. No segundo ele aproveita melhor as condições indoor, faz o break antes da mudança de bolas e esse é um momento de viragem porque parte melhor do que eu para o último set. Faltou-me gerir bem os meus tempos no serviço, mas ainda consegui recuperar e foi mesmo ao cair do pano”, analisou o lisboeta de 21 anos, que começou 2024 no 411.º lugar do ranking e esta semana está no 157.º posto, depois de perder por 4-6, 6-3 e 7-6(4) com Nicolai Budkov Kjaer (número um mundial de juniores e 737.º do ranking profissional).

Desapontado com a derrota, Faria falou sobre as sensações inéditas e inerentes à estreia como representante do país: “Não estou habituado a jogar com tantas caras conhecidas do ténis português ali e a tê-las a olhar para mim, mas lidei bem com isso. Pesou um bocadinho mais estar a jogar com a bandeira de Portugal ao peito e o Portugal escrito nas costas porque é uma camisola que pesa, mas acho que amanhã, se for escolhido, tenho mais uma oportunidade de evoluir e se assim for quero dar a volta a isto por cima para dar o meu melhor e ganhar pontos por Portugal.”

Num ano de estreias, o número dois nacional explicou que, entre toda a bagagem ganha durante os últimos meses, escolheu uma experiência em Paris para preparar melhor a ida a jogo em Bekkestua: “A derrota contra o Felipe Meligeni [na terceira ronda do qualifying de Roland-Garros] foi uma grande aprendizagem. Jogámos no Court 14, em que as pessoas estavam mais próximas de mim, e pesou-me muito ter perdido, mas usei como motivação para hoje porque sabia que ia haver um lado emocional muito forte por causa do público e eu nesse jogo também senti a vontade de querer ganhar por Portugal porque estavam muitos portugueses nas bancadas e muitos brasileiros do outro lado. Nesse dia misturei um pouco as coisas e não me correu muito bem, mas hoje, apesar de não ter jogado o meu melhor ténis, já lidei melhor com isso.”

Para sábado, dia em que poderá ir a jogo em pares e singulares, Jaime Faria levará, sobretudo, “mais tranquilidade, porque já sei ao que vou e também conheço melhor as condições de jogo, que são sempre diferentes dos treinos.”

“Vou levar muito querer e muita vontade de melhorar. O capitão e a equipa acreditam em mim, por isso eu também acredito e sinto que ainda posso melhorar. Se tiver mais calma e tomar mais tempo com o meu serviço sei que posso fazer muito melhor”, concluiu.

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