Matilde Jorge campeã em Leiria: “Superei-me em vários aspetos e isso deixa-me orgulhosa”

LEIRIAMatilde Jorge viveu uma semana inesquecível em Leiria, onde este sábado conquistou o primeiro título de singulares da carreira em torneios do circuito internacional sensivelmente 24 horas depois de ter revalidado o de pares. A dobradinha deixou a jovem portuguesa emocionada, mas sobretudo “orgulhosa” pelas várias barreiras superadas ao longo da campanha.

“Estou muito feliz. Foi uma semana em que consegui ultrapassar várias etapas e superar-me em vários aspetos, por isso tenho de estar orgulhosa. Fui bastante consistente, que é algo que tenho estado a tentar melhorar, e estou mesmo muito feliz”, começou por dizer ao Raquetc, ainda emocionada, mas já muito sorridente, após dar a volta à finlandesa Anastasia Kulikova (351.ª).

Sobre a final, que venceu com os parciais de 1-6, 6-2 e 6-1, a número dois nacional reconheceu que entrou “muito nervosa” e destacou a atitude que lhe permitiu entrar na discussão, a primeira da carreira em singulares. “Ela entrou bastante agressiva e claramente para ganhar, mas [apesar disso] eu sentia que não estava sequer a ‘ver os pontos’ porque falhei muitas primeiras bolas e o serviço estava completamente for a, o que fazia muita diferença porque ela não estava a precisar de jogar muito. Eu estava a dar-lhe confiança, mas depois fui à casa de banho limpar a cabeça porque queria mudar alguma coisa, jogar mais o ponto.”

“Se continuasse a jogar como no primeiro set sabia que o resultado não ia sair a meu favor e tenho de estar orgulhosa de mim por fazer sozinha esse reset e acabar por fazer a diferença”, acrescentou sobre o momento em que passou a assumir os pontos e controlou desde a linha de fundo.

Matilde Jorge nunca tinha passado dos quartos de final antes de chegar a Leiria, um torneio ao qual chegou “com zero sensações”, mas de que sabia “gostar porque estes campos um pouco mais lentos, com a bola ‘a picar’, são parecidos aos do Porto, de que também gosto.”

Depois, celebrou uma vitória — contra a terceira cabeça de série, Mariam Bolkvadze (235.ª) — que “fez-me acreditar que era capaz de, não digo ganhar o torneio, mas chegar mais longe, porque queria ultrapassar essa barreira dos quartos de final.”

“Tentei não me focar no título ou no bolo em geral, mas sim no ponto a ponto, no encontro a encontro, porque não lido bem com expetativas. Tentei manter-me com os pés na terra e dar o meu melhor em todos os pontos e naquilo que eu conseguisse controlar. Assim, se não ganhasse, pelo menos saía do campo a saber que tentei de tudo.” E tudo deu-lhe o primeiro título da carreira perante várias centenas de pessoas que ajudaram a pintar um cenário inesquecível no Clube da Escola de Ténis de Leiria, de onde saiu com um “obrigado” e uma espécie de apelo futuro: “É muito bom ver tanta gente a assistir a desporto e ao ténis feminino, que às vezes é menos valorizado do que o ténis masculino.”

Encerrada esta semana de sucesso, seguem-se o ITF W35 de Santarém e o ITF W100 das Caldas da Rainha, também em hard courts, para os quais quer “levar as boas referências” de Leiria de forma a que “a probabilidade de ganhar jogos seja muito maior” e possa começar a apontar a “mais títulos e mais torneios maiores.”

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