Em janeiro o Australian Open, em setembro o US Open. Tal como Aryna Sabalenka, também Jannik Sinner conquistou os dois torneios do Grand Slam da temporada disputados em hard courts. Depois de se tornar no primeiro homem italiano a vencer em Melbourne, o número um mundial fez o mesmo em Nova Iorque ao vencer Taylor Fritz por 6-3, 6-4 e 7-5 para impedir a festa norte-americana — exatamente como a bielorrussa na véspera ao derrotar Jessica Pegula.
Depois de dois encontros no deserto californiano (Fritz venceu o primeiro encontro em Indian Wells, Sinner o segundo), o terceiro decorreu no meio do betão nova-iorquino e desenrolou-se ao ritmo do favorito, que foi o mais consistente e o mais eficaz.
À semelhança do que aconteceu ao longo da quinzena, Sinner não esteve sequer ao seu melhor. O italiano chegou a Nova Iorque com a bagagem do caso de doping e pareceu nunca conseguir afastar-se do peso do escândalo que tomou conta do mundo do ténis e que o fez admitir ter as expetativas muito baixas no início da campanha, mas encontrou soluções para resolver os sete puzzles e erguer o sexto título da temporada.
Fritz precisava de variar e fugir das trocas de bolas no fundo do campo para aspirar ao que Andy Roddick (em 2003) foi o último norte-americano a fazer, mas foi tímido nessa missão e raramente “furou” a muralha de Sinner. Intransponível da linha de base, o italiano só esteve em apuros na terceira partida, mas mesmo com o público do Arthur Ashe Stadium “incendiado” recuperou o break de atraso a tempo de estragar a festa e vencer em três partidas e 2h16.
Aos 23 anos e 23 dias, Jannik Sinner tornou-se no primeiro homem italiano a vencer o US Open, no primeiro número um mundial a vencer o Major norte-americano desde 2017 e no primeiro homem a conquistar os dois primeiros títulos do Grand Slam num só ano desde Guillermo Vilas em 1977.