PORTO — Jaime Faria e Henrique Rocha são os dois portugueses sobreviventes da primeira edição da CT Porto Cup. A prova individual ainda é longa, mas o estatuto de ambos coloca-os inevitavelmente como os dois principais favoritos ao título, não fossem eles os dois mais cotados ainda em competição.
155.º do ranking ATP, Jaime Faria é o segundo cabeça de série da competição e o tenista com melhor colocação na tabela masculina na cidade invicta. Henrique Rocha vem pouco atrás, é 164.º e aparece como terceiro pré-designado. Ambos apresentam a melhor cotação das respetivas carreiras e os dois têm nos currículos títulos no ATP Challenger Tour em terra batida.
Faria tem brilhado em Portugal. O único troféu na categoria foi no Complexo de Ténis do Jamor (Oeiras Open 4) e alcançou ainda duas meias-finais (Oeiras Open 3 e Porto Open). Tudo em 2024. Já Rocha, também na presente época, conquistou o torneio de Múrcia e disputou outra final em Bratislava.
Além disso, a familiaridade com o Clube de Ténis do Porto é muita. O número dois nacional chegou a viver “duas ruas atrás” do clube e treinou “muitas vezes” num local “de muito boas condições”. As memórias são ainda mais relevantes para Rocha, visto ser natural do Porto. “É um clube de infância e tenho sempre bastante nostalgia a entrar aqui. Joguei neste clube imensas vezes desde pequeno, tenho boas recordações. Passava aqui muito tempo, não só em torneio, mas também a treinar com amigos ou com o meu irmão”, lembrou.
Não é por isso de estranhar que ambos tenham contado com bastante apoio nos duelos de estreia, em especial o mais novo. Dos avós aos amigos, passando pelos pais quase sempre presentes, muitos elementos próximos viram Henrique Rocha vencer facilmente o israelita Yshai Oliel. “Em todos os torneios Challengers entro com o intuito de ganhar, é esse o objetivo. Sei que tenho nível para isso, preciso é de mais consistência e é isso que tenho trabalho”.
Jaime Faria trabalhou mais, anulou quatro set points no segundo parcial depois de um arranque a todo o gás, e não sacode a pressão. “O ranking diz que sou dos favoritos e isso dá confiança. Mas sei que tenho de trabalhar bem para ganhar, tenho de estar conetado se quiser ter sucesso”.
Escusado será dizer que para os portuenses o ideal seria vê-los ganhar mais três embates para haver uma decisão 100% nacional. O caminho é extenso, a confiança e as credenciais elevadas.