PORTO – Nos últimos tempos é frequente ver-se Gastão Elias sem treinador pelo circuito. Guilherme Balboa, o conceituado técnico brasileiro de longa data do lourinhanense, que entretanto também se tornou um bom amigo de Elias, foi pai recentemente e a parceria frutífera de laços diários que passou a trabalho de videochamada desfez-se pela distância transatlântica.
“A última vez que o Guilherme esteve cá disse-me que não tinha disponibilidade para viajar como antigamente porque tem uma filha de cinco, seis meses e tem de ficar mais pelo Brasil”, explicou o antigo 57.º ATP, que viu o agora ex-treinador acompanhar Felipe Meligeni a semana passada em Flushing Meadows no qualifying do Us Open. Uma nova oportunidade para Balboa que surgiu por poder permanecer em solo sul-americano e apenas viajar pontualmente. Pelo menos é essa a crença de Elias.
Os ganhos atuais no circuito não permitem grandes loucuras, é certo, mas o número quatro nacional sabe da necessidade de “encontrar uma solução mais cedo ou mais tarde”.
“Preciso de alguém comigo a maior parte do tempo. Em Portugal não há muitas opções e isto é algo que penso todos os dias, é algo que me apoquenta. Até mesmo a jogar. Sinto-me sozinho. Mesmo quando o Guilherme não estava presente, conversávamos muito, analisávamos os jogos, e agora isso não tem acontecido. É uma fase diferente que precisa de solução, mas já passei por isto algumas vezes, faz parte. Não me posso é precipitar. Há que encontrar a melhor solução possível”, desabafou depois da eliminação na primeira ronda da CT Porto Cup.
Mesmo “a jogar bem para ir longe nos torneios”, Gastão Elias não encontrou antídoto para a jovem promessa Dino Prizmic apesar das várias chances criadas. “Fico frustrado por não ter um segundo encontro para melhorar. Tenho a certeza que ia ser melhor, até porque fisicamente estou mais preperado do que no Monte Aventino”, aludindo ao último Eupago Porto Open do início do mês.
A estadia na cidade invicta foi curta, mas nem por isso a primeira experiência como profissional no Clube de Ténis do Porto foi menos agradável. “Adoro este clube, é muito simpático e confortável. É um clube perfeito para um Challenger e espero que continuem nos próximos anos a organizar um torneio aqui. É dos mais giros para se jogar em Portugal”.
O solitário Gastão Elias segue agora para Sevilha, pelo menos é essa a ideia. E depois da presença na equipa lusa da Taça Davis, a estimativa é passar por outra prova do circuito secundário, no caso na Roménia, antes de novas competições em Portugal, no CIF e em Braga. Para já sem mais do que a companhia da namorada.