PORTO – O querido mês de agosto de João Portugal levou-o a desbravar terrenos nunca antes pisados. Depois de uma primeira amostra ainda no Eupago Porto Open M25, o tenista de 18 anos passou a fase de qualificação na primeira semana de Idanha-a-Nova e atingiu a meia-final no quadro de pares, arrecadou o primeiro ponto ATP ao triunfar no quadro principal do torneio seguinte e, como prémio, estreou-se numa prova do ATP Challenger Tour.
O resultado não agradou, mas nem era o mais importante nem retirou qualquer orgulho aos feitos recentes. “Sabia que conseguia, mas não esperava isto tudo num espaço de três semanas”, admitiu em conferência de imprensa no Clube de Ténis do Porto. “Foi uma surpresa e foi também o fruto do trabalho dos últimos anos”.
Esse trabalho, em Coimbra, trouxe “um nível de ténis muito elevado”. Tanto na quinzena no betão poroso, como no regresso à terra batida muito tempo depois. A estreia no circuito secundário do ténis profissional masculino trouxe nervos e um completo novo olhar para condições nunca antes experienciadas. “Estive pela primeira vez num torneio grande. Havia zona de jogadores, apanha-bolas, juízes de linha…foi um misto de sensações engraçadas e de aproveitar”.
Os dias recentes – e a derradeira derrota em Idanha-a-Nova deu-se apenas para o futuro campeão Adolfo Daniel Vallejo, num duelo onde até serviu para vencer o segundo parcial – tornaram mais difícil a “melhor opção” que podia ter tomado: estudar gestão na universidade North Florida, com a qual assinou há poucos dias.
“Ainda sinto que me falta maturidade em campo. Quero tornar-me mais homem, mais autónomo ao jogar em equipa. É uma boa oportunidade, uma boa equipa e o objetivo é vir com mais nível e evoluir o meu ténis”, explicou.
O exemplo de Nuno Borges vem como inspiração para uma nova experiência a partir de janeiro. O conimbricense ainda júnior que idola Novak Djokovic, mas joga mais como Rafael Nadal, sabe o que quer e esperou por agosto para mudar a sua carreira.
