De malas feitas para os EUA, Francisca Jorge tem assuntos pendentes na Figueira da Foz

Beatriz Ruivo/FPT

Francisca Jorge já tem a viagem marcada para os Estados Unidos da América, mas antes de atravessar o Oceano Atlântico tendo em vista a primeira participação no US Open tem os olhos postos no título do Figueira da Foz Ladies Open.

A melhor tenista portuguesa da atualidade falhou o Eupago Porto Open por causa de uma hiperextensão no joelho esquerdo, mas regressou esta quarta-feira com uma vitória autoritária (6-2 e 6-0) sobre a compatriota Angelina Voloshchuk e deu o primeiro de cinco passos necessários num torneio onde, apesar de não integrar a lista de cabeças de série, já é considerada uma das candidatas ao título — até por causa da participação de há um ano, quando só parou nas meias-finais.

“Antes de vir estava um bocadinho reticente, mas agora estou pronta para jogar e queria vir à Figueira da Foz antes de ir para os Estados Unidos”, explicou, chutando logo para um canto a teoria de que o regresso ao Tennis Club da Figueira da Foz só aconteceu por ter pontos a defender: “É um sítio incrível para se vir e eu digo sempre isto e vou continuar a dizer que em qualquer sítio em que joguemos em Portugal somos sempre muito bem recebidas e muito bem tratadas, por isso fazia todo o sentido eu vir jogar este torneio.”

A verdade é que a estreia não podia ter corrido melhor e a vimaranense, número 177 mundial, só precisou de 60 minutos para derrotar a compatriota e colega de seleção, sete anos mais nova. Jorge dominou do início ao fim e resistiu aos raros testes que lhe chegaram do outro lado da rede, mas o que já conhece de Voloshchul fá-la ter consciência de que “hoje não esteve ao seu melhor nível. Ela não esteve muito bem e isso também acabou por tornar o encontro mais limpo. Ela tem estado a jogar bem, mas ainda é muito inconsistente e tanto faz um grande ponto como dá três borlas de seguida. Isso fez com que eu nunca me tenha sentido muito pressionada.”

A conjugação de fatores acabou por ser positiva para quem regressa de “uma paragenzita” por causa do contratempo físico, mas ao mesmo tempo a número um nacional gostava de ter tido um teste mais exigente neste que foi o primeiro triunfo desde que, há pouco mais de um mês, brilhou em casa e se sagrou campeã do Q8 Guimarães Ladies Open, o título mais importante da carreira.

Esse feito já lá vai e a vimaranense até admitiu que o pós-triunfo “foi um bocadinho atípico” pela forma “surpreendente” como aconteceu e se deu entre semanas de muitas viagens. Certo é que agora tem no currículo títulos que já se equiparam ao bem mais mediático circuito Challenger masculino, que recebe um tratamento diferenciado em relação às provas femininas sob a égide da ITF, e por isso a luta pelo festejo final em torneios como o Figueira da Foz Ladies Open já é encarado como uma possibilidade.

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