Hugo Anão, treinador de Nuno Borges: “Não havia guião melhor para a primeira final”

Hugo Anão é o treinador que acompanha Nuno Borges na maior parte das semanas ao longo da época, mas a rotação habitual planeada entre a estrutura do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis fez com que seguisse à distância um feito para o qual só teve elogios.

“Estou muito contente por ele, é um miúdo que merece, que trabalha incrivelmente bem e que está sempre a querer melhorar e a querer mais”, começou por dizer em declarações ao Raquetc poucas horas depois de ver o pupilo derrotar Rafael Nadal (6-3 e 6-2) na final do ATP 250 de Bastad.

Os elogios de Anão são semelhantes aos que Rui Machado (diretor técnico nacional e responsável pela equipa do CAR), Vasco Costa (presidente da Federação Portuguesa de Ténis) e João Maio (o treinador que formou Nuno Borges) teceram também em declarações ao Raquetc na sequência do dia histórico.

“Ainda a absorver as emoções todas e a perceber o que aconteceu”, o treinador considerou que “não havia um guião melhor para uma primeira final e um primeiro título.”

“Acho que qualquer jogador, se pudesse escolher uma final para ganhar o seu primeiro título… ser contra o Nadal, em terra batida, por muito que este já seja o final de carreira dele, não deixa de ser um feito gigante para o ténis e o desporto nacional. Por isso estamos todos muito contentes e a desfrutar de tudo isto”, acrescentou.

Nuno Borges tornou-se atleta residente do CAR há sensivelmente três anos, mas a ligação ao projeto e a proximidade com Anão e a restante equipa técnica são mais antigas: ”Ele fazia várias semanas de acompanhamento connosco e eu viajei muitas vezes com ele desde os juniores e os anos em que vinha cá no verão durante as férias da universidade nos EUA”, recordou o treinador.

Por tudo isso, é ainda mais especial “ver a evolução, que é sustentada e sem grandes loucuras de subidas e descidas. Tudo isso é fruto das melhorias que tem feito, mas a meu ver ainda tem muita coisa em que pode melhorar e isso é um excelente sinal, porque vai tornar-se ainda mais competitivo e vai abrir-lhe portas para poder fazer mais resultados como este. Como é óbvio, não se escolhem semanas para ganhar torneios a este nível, tem de se aproveitar a oportunidade que surge e foi o que ele fez esta semana.”

E assim foi feita história, que o treinador descreveu como “uma página muito bonita do ténis português”.

Sobre a dinâmica a que uma semana como esta obriga, o técnico explicou que “quando estou fora vamos trocando algumas impressões e tento passar-lhe confiança, mas são semanas em que tento não me meter demasiado até porque normalmente se não estou eu está o Rui, que melhor do que ninguém sabe o que fazer com ele. Por acaso nesta semana esteve só com o André [Santos, fisioterapeuta], mas nos primeiros dias também esteve a Neuza [Silva, treinadora, que acompanhou Jaime Faria e Henrique Rocha, também do CAR].”

“O bom da nossa equipa é isso mesmo, estamos super sintonizados e falamos muito entre nós, por isso quem está com ele sabe sempre transmitir a mensagem da melhor forma. Sinceramente, antes da final não lhe disse grande coisa. Dei-lhe força e disse-lhe para ir com confiança porque sabia que o desafio parecia e era gigante, mas sentia que ele ia ter a oportunidade. Está a jogar bem e o Nadal teve encontros duros, por isso podia não estar muito fresco e foi o que aconteceu. Tê-lo do outro lado da rede podia ser o suficiente para não se soltar e não jogar o ténis dele, mas não isso que aconteceu. Ele jogou solto desde o início, entrou bem, destemido e aproveitou as oportunidades que teve. Acho que foi super competente e aproveitou o momento menos bom do Nadal”, concluiu Hugo Anão.

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