Bondarenko esteve no topo, Volodko quer regressar. Ex-top 30 WTA ainda sonha alto aos 37 anos

Murilo Augusto

PORTO – Ainda como Kateryna Bondarenko, Volodko greanjeou um currículo de excelência. Em 2009 atingiu os quartos de final do Us Open, ano em que subiu ao 29.º posto da hierarquia feminina. Na relva de Birmingham, em 2008, e em Tashkent, 2017, amealhou dois troféus no circuito WTA, mas em pares ainda brilhou mais intensamente ao entrar no top 10 e triunfar no Australian Open de 2008. Muito mudou desde então. A começar pelo nome, fruto do casamento com o marido Denis. Um matrimónio do qual surgiram duas filhas, isto para não falar das três operações ao joelho esquerdo que atrapalharam a permanência entre a elite.

Mas a ambição da tenista ucraniana de 37 anos não esmorece. 37 como quem diz, porque no próximo dia 8 de agosto (curiosamente o dia de nascimento de um tal Roger Federer, cinco anos mais velho) já irá ostentar 38 primaveras. “Ainda estou a tentar regressar a um nível de topo”, confessou Volodko no Complexo Desportivo do Monte Aventino, local do Eupago Porto Open ITF W75 que vai decorrendo até dia 15 de julho.

A recordação dos tempos idos serve, igualmente, de impulso. Até porque sente que o nível está longe do desejado. A promessa, no entanto, passa por continuar a tentar fugir aos torneios ITF, sem desvendar grandes objetivos em concreto. A motivação às vezes foge, admite, mas sabe que a meta só é atingida com trabalho. Também com a presença da família, sem as filhas as saudades (palavra típica portuguesa já que tem passado algumas semanas por cá) seriam difíceis de suportar.

As filhas de 11 e 5 anos acompanham a mãe para todo o lado, bem como o marido. A mais velha até diz à boca cheia querer superar os feitos da referência familiar. “É possível, mas difícil certamente”. E porque não da tia Alona Bondarenko, ainda melhor do que a mãe já que é uma antiga 19.ª WTA e vencedora de dois títulos WTA em cinco finais, com quem venceu o tal título do Grand Slam há 16 anos.

Volodko foi das primeiras tenistas de topo neste milénio a parar a carreira para dar à luz. Algo que aconteceu mais recentemente com Victoria Azarenka, Naomi Osaka, Angelique Kerber, mais recente ainda com Petra Kvitova e Belinda Bencic, ou claro há uns anos com Serena Williams. A ‘pioneira da mordernidade’ terá sido mesmo Kim Clijsters, vencedora do Us Open de 2009, curiosamente o melhor Grand Slam de Volodko, no terceiro torneio após regresso ao circuito. A ucraniana afirmou nunca ter recebido pedidos para dicas das mães vigentes.

Pedro Loureiro

Passo a passo rumo ao pretendido, a agora Kateryna Volodko não desanima com os obstáculos nem com o que outrora foi. A marcha segue na cidade invicta, local que visita pela primeira vez, onde já ultrapassou a fase de qualificação e somou três triunfos. Esta terça-feira, na primeira ronda do quadro maior, a ucraniana (320.ª WTA) bateu facilmente Yuliya Hatouka (408.ª) por 6-1 e 6-2 em 61 minutos e continua sem perder sets no Eupago Porto Open. Para chegar aos quartos de final terá de bater Anastasia Zakharova, terceira favorita ao título. Sempre com o olhar atento das petizes que colocou no mundo.

Total
0
Shares
Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Total
0
Share