Francisco Cabral olímpico: “É um orgulho gigante. Há quatro anos estava no quarto a jogar PlayStation”

LONDRESFrancisco Cabral descreveu como “o cumprir de um sonho” o apuramento para os Jogos Olímpicos de Paris, que vai jogar ao lado do melhor amigo, Nuno Borges, também apurado na variante de singulares.

Em declarações exclusivas ao Raquetc em Wimbledon, onde assinou a melhor vitória da carreira ao deixar pelo caminho dois campeões de torneios do Grand Slam com Nicolas Barrientos, o tenista nascido no Porto há 27 anos não escondeu a emoção no momento de falar sobre o apuramento: “Há quatro anos, nos últimos Jogos Olímpicos, eu estava gordo, a comer bolachas e a jogar PlayStation 12 horas por dia no meu quarto. Há dois anos e meio era 600 do mundo em pares e 1.100 em singulares e de repente joguei nove torneios do Grand Slam e estou apurado para os Jogos Olímpicos. Mudou tudo muito rápido na minha vida e isto era algo que eu queria mesmo muito.”

Atualmente no 66.º lugar do ranking, o tenista nascido no Porto há 27 anos precisou de esperar até ao fim para garantir um lugar na prova mais antiga e mais famosa do mundo, onde vai tornar-se no nono tenista a representar Portugal.

Com “um orgulho gigantesco no percurso” ao longo das últimas épocas, Cabral contou que recebeu a notícia através do capitão da equipa portuguesa, Rui Machado. “Ele enviou-me um e-mail com a confirmação, mas eu estava a treinar e quando saí tinha duas chamadas do meu pai e duas da minha mãe. Não é normal eles ligarem-me durante o dia e quando fui ao WhatsApp é que vi, liguei ao Rui e ele confirmou-me [a qualificação].”

Sem esquecer o agradecimento ao melhor amigo e agora parceiro olímpico Nuno Borges, que “fez o trabalho dele melhor do que eu fiz o meu nos últimos meses” e assim o ajudou a garantir a participação no torneio de pares, para o qual é considerado o ranking combinado de ambos, Cabral contou que os dois vão preparar a participação em Paris no ATP 250 de Bastad, na Suécia.

Depois ainda está em cima da mesa a participação no torneio de Kitzbuhel, na Áustria, mas com outro parceiro, uma vez que o maiato só jogará em singulares, que lhe pode criar “um bom problema”: “Gostava muito de estar na cerimónia de abertura que acontece nessa sexta-feira, mas se não puder estar é muito bom sinal porque significa que estou a jogar uma final ATP”, finalizou entre muitos sorrisos.

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