Nuno Borges desperdiça oportunidades e perde na primeira ronda de Wimbledon

Nuno Borges caiu pela terceira vez consecutiva na primeira ronda de Wimbledon e adiou a conquista da primeira vitória no quadro principal de singulares do torneio britânico, o único Grand Slam onde ainda não celebrou a este nível.

Por Gaspar Ribeiro Lança, em Wimbledon

Um ano depois de sofrer uma lesão no ligamento do pé direito quando estava bem encaminhado para derrotar o argentino Francisco Cerúndolo (então número 19 mundial), o melhor português da atualidade — esta semana está no 50.º posto do ranking ATP — perdeu por 6-2, 7-6(6), 3-6 e 6-3 com o japonês Yoshihito Nishioka (90.º).

Apesar de ter ficado longe do melhor nível, Borges teve oportunidades para dar outra história ao embate, em especial na segunda partida, em que desperdiçou seis set points.

Irreconhecível num primeiro set rapidíssimo e de sentido único (17 erros não forçados em 23 minutos), o maiato de 27 anos entrou em jogo no segundo parcial e deu outros contornos ao terceiro frente a frente do ano com este adversário (1-1). Com uma melhoria significativa quer na colocação, quer no aproveitamento do serviço, tornou-se mais agressivo e depois de uma interrupção de sensivelmente uma hora causada pela chuva voltou ainda mais determinado.

A reação à pausa inesperada roçou a perfeição, mas faltou-lhe um ponto. Ao vencer os cinco primeiros desde o regresso, Borges criou um 0-40 na resposta que lhe deu três set points. Nishioka salvou-os, mas o português ganhou mais três consecutivos no tie-break, que liderou por 6-3, e ficou novamente a um ponto de igualar o marcador. Um smash falhado, com o court aberto, deitou por terra a reação e em meros segundos o nipónico encetou uma recuperação dentro da recuperação para dilatar a vantagem.

Quando já nada o fazia perder, pois perdia por dois sets a zero e um break, Borges reagiu e arrecador a terceira partida graças a seis jogos consecutivos. Só que Nishioka voltou à discussão, recuperou a concentração e a vontade e com um break ao oitavo jogo, quando já chovia novamente, fez a ferida decisiva.

Sem vitórias individuais na temporada de relva (também caiu nas primeiras rondas do ATP 500 de Halle e do ATP 250 de Maiorca), Nuno Borges ainda jogará o quadro de pares, ao lado de Arthur Rinderknech (enfrentam os britânicos Arthur Fery e Charles Broom) antes de regressar à terra batida para preparar a inédita participação nos Jogos Olímpicos, que acontecerão em Paris.

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  1. O Nuno tem estado muito abaixo do seu nível habitual. Cometeu uma enormidade de erros não forçados e pior, não conseguiu corrigir a forma de jogar, perante um adversário que se preocupa principalmente em colocar a bola dentro sem erros. Faltou mais uma vez, cabeça, para poder dar a volta a um adversário acessível. Talvez também um treinador que ajude mais a entender o jogo.

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