Francisca Jorge fez história ao conquistar o maior título da carreira em casa, na edição mais importante do Q8 Guimarães Ladies Open. A número um nacional viveu uma semana irrepreensível e despediu-se do Clube de Ténis de Guimarães de sorriso na cara por ter celebrado perante e com os seus, mas também por ter virado a página depois de um mês menos feliz.
“É o título mais importante da minha carreira até agora e foi merecido. Mostrei muito bom nível desde o início e fui melhorando de encontro para encontro. Acabei a jogar bastante bem e acima de tudo fiz o meu trabalho”, reconheceu a melhor tenista portuguesa da atualidade ao Raquetc já esta segunda-feira, dia em que alcançou o melhor ranking pessoal. “É muito especial jogar aqui à beira das minhas pessoas, da malta que me conhece desde muito pequenina e dos meus pais, da minha família e dos meus amigos de longa data. Está feito, ultrapassei essa barreira e estou mesmo orgulhosa com o que fiz esta semana.”
A vimaranense de 24 anos não perdeu qualquer set ao longo de toda a semana e no encontro da consagração venceu a norte-americana Liv Hovde — de apenas 18 anos, mas já no top 300 mundial e ex-campeã do torneio júnior de Wimbledon — por 6-3 e 6-4.
“Notou-se que ela já tem um nível bastante elevado apesar de ser muito jovem. Tem muito potencial e não tenho dúvidas de que vai ter grandes resultados daqui para a frente, mas sinto que soube lidar melhor com o estilo de jogo de cada uma. Joguei melhor e fui um bocadinho mais consistente, por isso mereci a vitória”, explicou Jorge, que admitiu vir “de uma fase emocional mais difícil” e ter sido importante “lidar com essa parte e o facto de estar a jogar em casa, com o meu público e uma pressão extra.”
A melhor tenista portuguesa da atualidade regressou a casa com uma série de cinco derrotas consecutivas (uma delas na primeira ronda do qualifying de Roland-Garros) que fizeram do último mês “um mês difícil.”
“Não acho que estivesse a jogar mal, mas o nível não estava lá e parecia que as coisas não estavam a querer acontecer. Foi difícil aceitar isso nas últimas semanas em Itália, por isso esta semana em Guimarães foi sem dúvida muito especial não só por ter sido em casa, mas também por ter conseguido virar essa página e mudar de mentalidade. Fui à procura de jogar a um bom nível porque depois os resultados vêm por consequência e em vez de jogar para não perder é jogar para ganhar. Foi isso que fiz e fiz bem”, concluiu.
E agora… Wimbledon. Com alguns dias de treino pela frente no Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis em que está baseada há sete anos, Francisca Jorge fará a viagem até Londres na sexta-feira, acompanhada do treinador Vasco Antunes. “Vamos aproveitar ao máximo a experiência, mas não vou com expetativas de nada. Vai ser especial.”
