Carlos Alcaraz vence Jannik Sinner em duelo de nervos e estreia-se na final de Roland-Garros

Carlos Alcaraz sorriu por último no mais importante dos já 10 capítulos da rivalidade com Jannik Sinner e apurou-se pela primeira vez para a final de Roland-Garros, onde procura o terceiro título em torneios do Grand Slam. O italiano despede-se de Paris sem o segundo troféu num Major, mas como líder do ranking mundial a partir de segunda-feira.

2-6, 6-3, 3-6, 6-4 e 6-3 foram os parciais de uma meia-final aquém das expetativas durante grande parte do tempo, na qual Alcaraz e Sinner alternaram picos de forma e oscilaram de maneira nunca antes vista numa rivalidade já tão pomposa.

Com 21 e 22 anos, respetivamente, o espanhol e o italiano jogaram a meia-final masculina mais nova em torneios do Grand Slam desde que Andy Murray (então com 21 anos) derrotou Rafael Nadal (com 22) no US Open de 2008.

E o nervosismo inerente à ocasião desempenhou um papel mais importante do que em todos os embates anteriores. Afinal, apesar de este ter sido o 10.º braço de ferro entre ambos — a ATP ignora o que inaugurou a rivalidade, em 2019 num Challenger sob a égide… da ATP — nunca antes tinham estado frente-a-frente na meia-final de um torneio do Grand Slam.

Sinner teve um início de sonho ao fazer não, mas dois breaks. O italiano, que no início da semana esteve a um ponto de perder o primeiro set por 6-0 frente a Corentin Moutet, viu-se subitamente a liderar o duelo por 4-0 e apesar de não ter selado o pneu venceu tranquilamente o parcial inaugural. A facilidade com que ganhou vantagem no marcador atrapalhou-o e o italiano baixou o nível no segundo parcial, com uma quebra física a acompanhá-lo e a permitir a um Alcaraz em crescendo a entrada no duelo depois de um início desastroso.

O nervosismo apoderou-se dos dois e Sinner chegou, inclusive, a sofrer cãibras na mão esquerda no arranque da terceira partida — à semelhança do que aconteceu com Alcaraz há um ano, também nas meias-finais e também no terceiro set, mas na perna esquerda e frente a Novak Djokovic. O momento passou para o lado do espanhol, que quebrou no arranque do parcial, mas uma vez mais virou e acabou por ser o italiano quem, entre massagens nas trocas de lados e vários erros de parte a parte, recuperou a liderança.

O quarto set ditou uma inversão no rumo dos acontecimentos, com Alcaraz a elevar o nível e a recuperar a direita para se aproximar do melhor ténis e construir a reviravolta, tirando partido de uma maior disponibilidade física para resistir ao cabo de 4h09.

Campeão do US Open em 2022 e de Wimbledon em 2023, Carlos Alcaraz tornou-se no primeiro homem da história da Era Open a disputar finais do Grand Slam nas três superfícies (piso rápido, terra batida e relva) antes de celebrar o 22.º aniversário (fez 21 anos há um mês). Até agora, Andre Agassi era o mais novo a fazê-lo, então com 22 anos e 1 mês em 1992.

Ainda sem títulos em terra batida este ano, o jovem de Múrcia terá como derradeiro adversário ou Casper Ruud, campeão em Barcelona e Genebra e finalista em Monte Carlo este ano (bem como finalista de Roland-Garros nas últimas duas edições), ou Alexander Zverev, vencedor do ATP Masters 1000 de Roma.

Total
0
Shares
Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Total
0
Share