Andrey Rublev (6.º) viveu uma tarde para esquecer sobre a terra batida de Roland-Garros e foi o primeiro top 10 a cair esta semana. O moscovita de 26 anos não soube gerir as emoções depois de um episódio polémico e daí em diante perdeu a cabeça, saindo de cena ao cabo de duas horas e meia frente ao italiano Matteo Arnaldi (35.º), por 7-6(6), 6-2 e 6-4.
Descolar da igualdade não foi tarefa fácil num primeiro parcial pintado pela constância de ambos nos jogos de serviço e, após uma troca de breaks, ambos estiveram em vias de conquistar o tira teimas decisivo. Rublev desperdiçou essa janela e minutos depois Arnaldi foi mais próspero.
Ainda não tão fora de si, Rublev recompôs-se de uma quebra de foco que lhe valeu a perda do primeiro jogo de serviço no segundo parcial, mas mais tarde foi o transalpino a reunir mais fortes ingredientes para prolongar o ascendente, a partir de uma chamada incorreta da árbitro de cadeira que encolerizou o russo — com fúria descarregada nas raquetas.
Rublev já não conseguiu reorganizar as suas faculdades para ambicionar uma possível reviravolta e a ira tomou conta de si até ao último ponto de uma exibição para esquecer. À boleia do remoinho, Arnaldi não se deixou abalar e cumpriu com a sua parte para assinar a vitória mais especial da carreira.
Sem razões para levar este dia para o álbum das recordações, Andrey Rublev torna-se o primeiro da elite do top 10 a ceder no panorama masculino (no quadro feminino, a malograda honra coube a Danielle Collins) e abre as portas para que Matteo Arnaldi iguale em Paris a quarta eliminatória atingida em setembro passado, no US Open.
O jogador de Sanremo segue aos 23 anos pela segunda vez na carreira para a segunda semana de torneios do Grand Slam e coloca em cima da mesa a possibilidade de se estrear em quartos de final em palcos desta magnitude. Para isso, vai ter de levar a melhor ou frente ao nono favorito Stefanos Tsitsipas, ou diante do chinês Zhizhen Zhang (44.º).
