Francisco Cabral com a cabeça erguida: “Estou a trabalhar melhor do que quando estava no meu melhor ranking”

António Borga

PARISFrancisco Cabral não conseguiu voltar a ser feliz em Paris, mas a bagagem que já leva agora que tem praticamente dois anos de carreira regular no circuito principal faz com que o melhor tenista português da atualidade na variante de pares diga até já a Roland-Garros com a cabeça erguida. E tudo aponta para que as próximas viagens sejam feitas com o parceiro ao qual disse sim recentemente.

“Os pares são um bocadinho ingratos porque muitas vezes há um ou dois pontos que mudam o desenrolar do encontro. Acho que hoje foi isso que aconteceu ali no início do tie-break, em que eu falhei duas bolas muito fáceis de direita que depois abalaram o final do primeiro set. São dois erros atípicos que vêm da falta de vitórias e de muitos encontros perdidos nestes momentos este ano”, reconheceu o número 58 mundial de pares (já esteve no 45.º lugar) depois da derrota ao lado do colombiano Nicolas Barrientos.

“O ténis é assim, mas felizmente na próxima semana e na seguinte terei novas oportunidades e vou continuar a trabalhar porque nem sempre é tudo um mar de rosas. Há que aceitar os momentos mais difíceis. Não estou na melhor fase dos últimos anos, mas acredito que estou a trabalhar melhor do que quando estava no meu melhor ranking e ganhei ATPs, portanto é esperar por um clique. O bom do ténis é que uma semana pode mudar um ano”, acrescentou Francisco Cabral.

O encontro desta sexta-feira assinalou a estreia em torneios do Grand Slam com Nicolas Barrientos, o novo parceiro a quem aceitou juntar-se quando ambos viram quebradas as anteriores relações: “Ele é uma muito boa pessoa e um muito bom jogador, acho que podemos jogar muito bem juntos. Não o fizemos e não ganhámos, mas mais oportunidades virão. Tem muita intensidade, procura sempre soluções e gosta de treinar e trabalhar”.

“Eu estava sem parceiro, ele também porque o Rafael Matos [curiosamente, o jogador com quem o português mais jogou ao longo de 2023] decidiu jogar com o Marcelo Melo por causa dos Jogos Olímpicos e quando me convidou era a minha melhor opção e eu aceitei”, acrescentou o melhor duplista portugês da atualidade, que espera continuar ao lado do sul-americano nas próximas semanas e seguir muito em breve para a relva. “Estamos inscritos no ATP 250 de ‘s-Hertogenbosch, nos Paíxes Baixos, mas não está totalmente fora de hipótese ainda competirmos antes, já na próxima semana.”

A derrota de Francisco Cabral colocou um ponto final na prestação portuguesa em Roland-Garros, uma vez que Nuno Borges foi forçado a desistir do quadro de pares por causa da insólita lesão sofrida por Arthur Rinderknech.

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