A chuva atrasou mais um dia, a noite caiu e o caos instaurou-se — mas desta vez o bom caos, que torna tudo em épico e acrescenta contornos inesquecíveis ao que poderia ser banal. Holger Rune e Casper Ruud foram dois dos protagonistas de um final de jornada impróprio para cardíacos e chegaram a ter o futuro em risco, mas conseguiram avançar para a terceira ronda em Roland-Garros.
O primeiro a fazê-lo foi o dinamarquês. Claro favorito, Rune teve o assunto controlado e chegou a parecer encaminhado para uma vitória tranquila, mas acabou envolvido numa batalha que será certamente considerada das melhores do torneio e só ao cabo de quase quatro horas conseguiu superar o italiano Flavio Cobolli, que chegou a liderar por 5-0 no match tie-break decisivo antes dos parciais finais de 6-4, 6-3, 3-6, 3-6 e 7-6(7).
A viver um ano aquém do esperado, Rune terá pela frente Jozef Kovalik, eslovaco que recuperou de 4-6, 4-6 e 2-4 abaixo para surpreender o russo Karen Khachanov, 18.º cabeça de série, em cinco partidas (4-6, 4-6, 6-4, 6-3 e 6-4).
Pouco depois seguiu-se o norueguês. Finalista das últimas duas edições, Ruud precisou de suar muito para vencer o sempre perigoso Alejandro Davidovich Fokina num encontro que já se esperava difícil e que correspondeu às melhores previsões, com o campeão do Millennium Estoril Open de 2023 a resistir durante 4h06 para vencer por 7-6(5), 1-6, 6-3, 4-6 e 6-3 após resistir a 62 (!) winners do adversário espanhol, que ainda ameaçou o contra-break na reta final da batalha que fechou a noite no Court Suzanne-Lenglen.
Segue-se Tomas Martin Etcheverry, o número 29 mundial que também estava a caminho de um quinto set quando beneficiou da desistência de Arthur Rinderknech assinalava o marcador 6-3, 7-6(8), 1-6 e 0-5 ainda favoráveis ao francês, parceiro de pares de Nuno Borges…
