Inesquecível: Iga Swiatek salvou um match point e venceu os últimos cinco jogos para dar a volta a Naomi Osaka naquele que se tornou num dos encontros do ano e inscrever o nome na terceira ronda de Roland-Garros.
Em pleno Court Philippe-Chatrier, que apesar de não estar cheio vibrou do início ao fim com duas das melhores jogadoras do século, a polaca — três vezes campeã — teve o reinado na terra batida em risco, mas acabou por vencer com os parciais de 7-6(1), 1-6 e 7-5 após 2h57 de puro espetáculo.
Muito aguardado desde que o sorteio deixou em aberto a possibilidade de se enfrentarem tão cedo, o encontro superou todas as expetativas. Em parte devido à extraordinária exibição de Osaka, longe de ser uma especialista da terra batida, em parte pela recuperação notável de Swiatek, que voltou a provar ser a melhor do mundo sobre o pó de tijolo.
No piso de que menos gosta, a japonesa brilhou e apontou 54 winners. Osaka teve o encontro na mão quando liderou por 5-2, mas sobretudo quando liderou por 5-3 e teve um match point.
Só que do outro lado estava a melhor do mundo e a melhor nesta superfície, que nem entre a espada e a parede depois de ter estado completamente perdida (Osaka chegou a vencer 11 dos últimos 14 jogos disputados) deitou a toalha ao chão. E uma vez recuperados os dois breaks de atraso Swiatek tornou-se na melhor em campo, passando da sua encordoação para outra toda a pressão — ao ponto de Osaka lhe ter entregado o break que acabou por fazer a diferença, ao 5-5, com uma dupla falta tal foi o risco que correu no segundo serviço.
Neste duelo de galáticas sorriu por último a que está em melhor forma, mas Osaka despediu-se de Roland-Garros pela porta grande e a partir daqui com uma certeza: o grupo das terráqueas tem espaço para ela, tal como teve para Maria Sharapova — que chegou a descrever-se como “uma vaca no gelo” sempre que atuava em terra batida — a partir de 2010. E a russa, que alcançou o Grand Slam de carreira, acabou por vencer mais títulos em Paris do que em qualquer dos outros Major.