Nuno Borges chega a Roland-Garros “na melhor fase da carreira” e a pensar nos Jogos Olímpicos

Nuno Borges está pronto para disputar o quadro principal de Roland-Garros pelo terceiro ano consecutivo — segundo com entrada direta — e estabeleceu como primeiro objetivo igualar a prestação anterior, na qual somou a primeira vitória no torneio do Grand Slam francês. Mas o número um nacional (e 46.º ATP) também tem os olhos postos na segunda viagem do ano a Paris, dentro de sensivelmente dois meses, para se estrear nos Jogos Olímpicos.

“Os últimos encontros e torneios em terra batida têm-me dado bastante confiança, sinto-me a jogar bem, melhor e mais bem preparado para a terra batida. Também estou melhor fisicamente, mas claro que não depende só de mim. A verdade é que me estou a sentir na melhor fase de carreira, espero estar à altura do desafio e fazer um bom jogo na primeira ronda”, disse o maiato à Lusa na antevisão ao torneio.

A última aventura do melhor tenista português da atualidade levou-o à quarta ronda do ATP Masters 1000 de Roma, um resultado que lhe deu “bastante confiança”, até porque “as condições são mais ou menos semelhantes” às que encontra em Paris. “Aqui é à melhor de cinco sets e os encontros em Roma foram todos muito complicados, o que de certa maneira me dá mais confiança para encontros mais longos e mais puxados. Agora, é acreditar no processo, confiar, ir a jogo e dar o máximo”, acrescentou.

Há já uma semana a treinar no Stade Roland-Garros, o jogador do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis já treinou com jogadores como Borna Coric e Mariano Navone, com quem poderá cruzar-se na segunda ronda caso comece por ultrapassar o checo Tomas Machac — finalista do ATP 250 de Genebra no sábado.

E é esse o primeiro objetivo definido na chegada a Paris: “Gostava de chegar, pelo menos, à segunda ronda, onde cheguei no ano passado. Esse é o objetivo principal e depois logo vejo.”

Já ao Record, o único português presente no quadro principal de singulares (Francisco Cabral joga o de pares) revelou estar ciente das dificuldades que o esperam na primeira eliminatória: “Ele tem andado a jogar muito bem, principalmente no início do ano, em piso rápido, estava a jogar extremamente bem. Mesmo no ano passado já estava a dar alguns sinais de que estava a chegar ao seu melhor momento de forma. Há um ano joguei pares contra ele na Taça Davis, mas nunca joguei em singulares. Já treinei dezenas de vezes com ele e dou-me muito bem com ele e com o treinador. De certa maneira é uma vantagem, mas ele também me conhece, portanto é igual para os dois. Vou tentar tirar proveito de estar aqui há mais tempo. Ele vem com a confiança de ganhar encontros, mas se calhar também chega um pouco desgastado. Veremos.”

E porque este é um ano especial, depois de Roland-Garros haverá mais uma razão para voltar a Paris: a confirmação só chegará no final do torneio francês, mas já é certo que o número um nacional estará nos Jogos Olímpicos.

“Era sem dúvida o meu objetivo principal desde o final do ano passado. É um torneio que só acontece de quatro em quatro anos e que é especial e muito importante para mim. Gostava muito de poder participar e representar Portugal nos Jogos Olímpicos e é mais um objetivo concretizado e um sonho tornado realidade. É algo que dificilmente via a acontecer, aliás, há uns anos se calhar teria pensado que talvez o conseguisse em 2028. A fase final do ano passado não estava a correr-me tão bem, lesionei-me [em Wimbledon] numa altura em que podia pontuar, portanto não foi fácil, mas o início deste ano correu-me muito bem e agora estou aqui nesta boa posição”, admitiu.

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