PARIS — Naomi Osaka parecia encaminhada para uma estreia muito convincente quando complicou o descomplicado e de repente viu-se obrigada a trabalhos extra para regressar a Roland-Garros com uma vitória. Foi o primeiro encontro da japonesa em Paris desde 2022 e a primeira vitória desde o fatídico ano de 2021, marcado pelo boicote à imprensa e mais tarde pela desistência do torneio.
Tal como nesse ano, a ex-número um mundial inaugurou a ação no Court Philippe-Chatrier e desta vez venceu Lucia Bronzetti por 6-1, 4-6 e 7-5.
Mas tudo podia ter sido mais simples, uma vez que Osaka liderou por 6-1, 4-4 e sobretudo por 4-0 com ponto para 5-0 antes de perder cinco jogos consecutivos que num ápice a deixaram a servir para se manter no encontro.
A japonesa (atualmente no 134.º lugar de um ranking cuja liderança conhece bem) foi sempre a jogadora com mais iniciativa e os oito winners que apontou no primeiro quarto de hora serviram de declaração de intenções. Desesperada por um resultado que a ajudasse a recuperar o ânimo depois de deixar escapar uma vantagem de 5-0 e match point no terceiro set dos quartos de final com Peyton Stearns em Rabat, Bronzetti não deitou a toalha ao chão e aproveitou o primeiro mau jogo de serviço de Osaka para fechar a segunda partida e igualar o encontro.
A reação da favorita foi praticamente perfeita. Osaka voltou a elevar o nível, reduziu os erros e tirou proveito do maior poder de fogo para construir uma vantagem de 4-0 que por um ponto não se tornou num 5-0. No entanto, voltou a revelar dificuldades quando o marcador apertou e perdeu cinco jogos consecutivos. Depois de estancar a ferida com o serviço, contou com a ajuda do vento — que levou terra batida aos olhos de Bronzetti quando a italiana tentava salvar um break point — e retomou o controlo do encontro para vencer em 2h01.
Três anos depois, Osaka voltou a sorrir em Paris, onde atuou pela primeira vez desde que foi mãe, e fez a sua parte para garantir um mediático encontro com Iga Swiatek na segunda ronda, atirando para o lado da polaca (que enfrenta a francesa Leolia Jeanjean) o resto da responsabilidade.