Faria cumpre profecia de Ymer e discute excesso de bagagem a caminho de Paris

Beatriz Ruivo/Federação Portuguesa de Ténis

Elias Ymer deu como dado adquirido que jogaria a final do Oeiras Open 4 com Jaime Faria e a profecia confirmou-se. Este sábado, sueco e português estarão frente a frente no Jamor mais uma vez, agora “a valer” e com um troféu em jogo antes de viajarem até Paris com Roland-Garros como destino.

“Eu disse-te que isto ia acontecer, agora só faltas tu!”

A frase foi dita por Ymer a caminho da sala de imprensa, logo após resolver a primeira meia-final do dia, e serviu de mote a que logo depois, já à conversa com os jornalistas, desse a conhecer o palpite certeiro: “Treinámos juntos várias vezes e logo no primeiro dia eu disse-lhe que íamos juntos para Paris depois de jogarmos a final.”

Faria confirmou-o logo após fazer a sua parte, com um sorriso ainda maior do que o derradeiro adversário: “Ele é um bem-disposto. Treinámos logo depois de eu voltar de Praga, eu perguntei-lhe o que é que ele faz e quando é que vai para os torneios do Grand Slam. E ele disse-me que primeiro tinha uma final para jogar comigo e que depois é que íamos. São momentos giros e à medida que fomos treinando e aquecendo juntos fomos brincando. A verdade é que ele ‘cantou’ muito bem essa final e amanhã cá estaremos.”

E assim será.

Às 10h deste sábado, Jaime Faria jogará a primeira final de singulares da carreira num torneio Challenger e Elias Ymer a 10.ª (6-3), mas primeira nos últimos dois anos.

Para o novo número dois português, estatuto que passará a ter quando se estrear no top 200 na segunda-feira, a presença no encontro do título deixa-o “muito feliz” e surge como uma consequência da evolução que tem tido num ano de explosão — a 1 de janeiro estava no 411.º posto do ranking.

“Fui ganhando confiança ao longo do ano. Comecei muito bem nos Futures e estou a sentir-me bem a jogar a este nível, por isso não é por acaso que estou a chegar a estas fases adiantadas com regularidade. As coisas estão a alinhar-se, estou a sentir-me bem dentro do campo e não tenho de estar surpreendido porque é uma coisa que mais cedo ou mais tarde ia acontecer”, disse, com o discurso — cada vez mais fluente — a refletir o progresso feito nos últimos cinco meses.

“Amanhã tenho de estar a 200% porque são pontos que valem pelos quatro encontros que já ganhei. É dar tudo e aproveitar esta oportunidade que tenho”, acrescentou sobre o duelo com um adversário a quem ganhou sempre nos treinos que partilharam durante a semana.

“Isso não quer dizer nada”, admitiu ainda, “mas sei bem como é que ele joga, tem um jogo bastante sólido de fundo e quando consegue encontrar o serviço começa a ganhar confiança e a servir bem, mas se eu começar a responder bem sei que ele também começa a duvidar mais. É muito rápido e vai aguentar-se bem fisicamente, por isso não vai ser por aí. Vai ser pela qualidade de fundo que eu tiver.”

A confiança de Faria acompanha a de Ymer, que na quinta-feira já tinha dado “a certeza” de ter um bom resultado à espera em Roland-Garros. Apesar de estar de olhos postos na final do Oeiras Open, o sueco apresentou-se tão seguro quanto relaxado na conversa, atirando para mais tarde a preparação para o encontro, depois de “um passeio” à beira-mar e até de “um filme”.

Sobre o encontro com o português teve pouco a dizer (até porque na altura ainda não estava confirmado). à exceção dos muitos elogios a “um bom rapaz” que tem sido “muito sólido todas as semanas”.

Mas não escondeu tratar-se de “um encontro importante” que lhe pode valer o primeiro título em quase seis anos.

Depois logo se verá qual deles leva para Paris o título de campeão do Oeiras Open 4.

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