Num país de “boas memórias”, Elias Ymer transpira confiança e mete os olhos em Roland-Garros

Beatriz Ruivo/Federação Portuguesa de Ténis

Elias Ymer está longe dos tempos áureos que o obrigaram a carregar o peso de uma nação desesperada por um herói desde o histórico Bjorn Borg, mas a julgar pelo discurso terá ao virar da esquina uma inversão do rumo que leva. Aliás rompante, pois tem os olhos postos no qualifying de Roland-Garros… já a partir de segunda-feira.

“Não acho, sei que o vou fazer”. A resposta, curta e assertiva, surgiu tão depressa quanto a pergunta sobre as expetativas em relação ao torneio do Grand Slam francês.

Com uma “confiança arrogante” no discurso, o sueco de 28 anos não quis abrir o jogo acerca do que o faz sentir-se assim depois de vários anos em dificuldades (esteve às portas do top 100 há seis anos, agora está no limite do top 200), mas explicou que está “a jogar de forma muito mais estruturada”.

“O ténis é matemático e houve alturas da minha carreira em que queria ir contra isso, mas ultimamente percebi que não posso lutar e tenho de o aceitar. É matemático e tens de seguir o plano, por isso comecei a fazê-lo e está a correr bem”, acrescentou.

É inegável: as meias-finais alcançadas esta quinta-feira são as primeiras do ano para Elias Ymer, que superou Jan Choinski (181.º) por 6-2, 1-6 e 6-4 num duelo em que se sentiu “muito bem fisicamente” e do qual apenas teve a lamentar o relaxamento que quase comprometeu a reta final.

Cansado e à primeira vista pouco falador, o sueco lá alinhou na conferência de imprensa e ainda falou sobre o sistema eletrónico de arbitragem (ao qual deixou largos elogios depois de comprovar a eficácia nas várias revisões que pediu durante o encontro) utilizado esta semana na terra batida portuguesa, bem como das boas memórias que guarda de um país “onde ganhei, aos 16 anos, o meu primeiro ponto ATP num torneio no Algarve” e no qual agora espera voltar a ser feliz. Mesmo se as condições desta semana — sobretudo pelo vento — lhe estão a causar dificuldades e se o Court Central do Jamor as acentua pela imprevisibilidade que acrescenta.

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