Gastão Elias volta a despedir-se do Jamor desiludido, mas agora “muito mais motivado”

Beatriz Ruivo/Federação Portuguesa de Ténis

OEIRAS — O Oeiras Open 4 tornou-se numa semana sem precedentes e esta terça-feira Gastão Elias despediu-se do Complexo de Ténis do Jamor sem vitórias num torneio pela primeira vez nos 10 que disputou desde que o histórico palco voltou a acolher torneios do circuito internacional. Ainda assim, foi “motivado como não estava há mais de um ano” que se despediu desta segunda casa.

Para contexto, na anterior passagem por este recinto, há um mês, o tenista português contornou a resignação sentida ao ver interrompida a série de 16 vitórias no Court Central do Jamor com a promessa de “testar, testar, testar” um “plural de soluções”.

Entre a desilusão e o otimismo havia uma grande dose de secretismo que quatro semanas mais tarde se mantém, ainda que com algumas explicações e, acima de tudo, “muita motivação para os próximos tempos.”

Sem querer entrar em muitos detalhes, Elias revelou ter feito “algumas adaptações em termos de raqueta” que agora o deixam “fazer muitas coisas que nos últimos meses não estava a conseguir fazer”. Simplificando, “jogar ténis novamente.”

O feedback que esta semana de Oeiras Open 4 lhe deu não foi tão bom quanto o que obteve na anterior, em Francavilla al Mare (três vitórias), mas o facto de “praticamente não ter havido ténis jogado” ajudou a aliviar a frustração.

Gastão Elias perdeu por 6-4, 4-6 e 6-3 contra Joris de Loore (208.º). Para além de o belga ter um estilo de jogo que foge ao que é característico da terra batida, as “condições muito difíceis”, com “muito vento, chuva, sol, frio, calor”, ajudaram a apaziguar a frustração de quem não está habituado a despedir-se deste palco tão cedo.

“Fico mais triste por não ter conseguido sequer pôr o meu jogo em prática, mais pelo estilo de jogo dele do que outra coisa. Tem muita potência nos golpes, é muito alto e colocou 80% de primeiros serviços, portanto havia poucos pontos jogados no serviço dele e no meu sempre que eu falhava o primeiro sabia que não ia haver ponto, porque ou ele atacava logo a bola e ganhava ou mandava a bola para fora”, explicou.

Assim, resta-lhe lidar com as frustrações que o calendário e o ranking lhe vão criar — dificilmente conseguirá competir em torneios Challenger nas próximas três semanas — e esperar pela nova oportunidade de entrar em campo agora que está motivado como não estava “há mais de um ano” por causa das dificuldades que sentia em adaptar-se às bolas de que tanto se tem queixado. “Acho que finalmente consegui ajustar o meu material a estas condições de jogo e isso abre-me um leque de possibilidades imenso porque acho que depois de algum tempo posso voltar a jogar ténis“, concluiu na despedida.

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