OEIRAS — Frederico Silva (408.º) tinha sido o único dos sete portugueses a ultrapassar as duas primeiras barreiras da fase de qualificação, e o sorteio não lhe trouxe tarefa acessível pela frente. Quatro anos depois, o caldense voltou a tentar travar o sul-africano Lloyd Harris (128.º) e esteve em boa posição de celebrar em ambos os parciais, mas deixou escapar o momento e ao cabo de mais de duas horas e meia chegou o fim de linha por 7-5 e 7-6(6).
Cabisbaixo na chegada à sala de conferências de imprensa, o português de 29 anos acreditou que o resultado final não espelhou a justiça do que aconteceu dentro do Court Central: “É uma derrota difícil de digerir. Foi um jogo bem disputado, da minha parte fiquei satisfeito com o nível com que consegui ir jogando em grande parte dos dois sets. Estive 5-3 acima nos dois, depois tive set points, mas as oportunidades escaparam-me. No segundo, foi difícil de aceitar e acabo por perder em dois sets. Pelo nível com que joguei, acho que teria sido justo pelo menos um terceiro set.”
Embora os quatro prévios duelos do passado tivessem decorrido em características e num âmbito totalmente distintos, Silva garantiu que fez o trabalho de casa ao tentar explorar ao máximo as debilidades do adversário: “As características dele não mudam muito em comparação com o piso rápido, sabia que ele servia bastante bem e que tirava partido do serviço. A tática estava bem estudada, sabia o que fazer e procurar para o desequilibrar. Consegui fazê-lo várias vezes, só me faltou conseguir mais um ponto aqui e ali, nas fases mais avançadas e decisivas.”
Incapaz de apagar a chama vitoriosa de Harris — que chegou ao Jamor a viver uma série de duas conquistas Challenger consecutivas, no Oriente —, Frederico Silva reconheceu que o balanço é positivo: “Acaba por ser um torneio positivo, foram três bons jogos onde consegui jogar a um nível que me deixa satisfeito. O da primeira ronda foi mais sofrido, mas tanto ontem como hoje, joguei a um bom nível e fiz coisas bastante bem feitas. Vou continuar a melhorar e a evoluir nos próximos torneios.”
A descida ao patamar inferior será uma realidade difícil de anular mas, ciente do nível que ainda lhe corre nas veias, quer apontar um regresso definitivo em breve ao ATP Challenger Tour: “Não tenho praticamente pontos, vou perder bastantes daqui a três ou quatro semanas. O principal objetivo é chegar o mais perto possível aos torneios do Grand Slam, perto dos 240. Vou passar para uma fase em que vou jogar maioritariamente torneios de 25.000 dólares. Quero somar o máximo de jogos e de vitórias, para tentar ganhar pontos todas as semanas.”