Nuno Borges celebrou pela terceira vez no Foro Italico e apurou-se pela primeira vez na carreira para a quarta ronda de um ATP Masters 1000 ao eliminar uma das sensações da semana em Roma, onde resistiu a um ambiente próprio de Taça Davis para voltar a fazer história pessoal — e até nacional.
O melhor tenista português da atualidade (é o 53.º classificado no ranking ATP) salvou um match point no tie-break da segunda partida — já tinha anulado dois na primeira ronda — e deu a volta ao qualifier Francesco Passaro (240.º e ex-108.º) para triunfar por 4-6, 7-6(8) e 7-6(4) após 3h08. Para o italiano foi o quarto encontro consecutivo a resolver-se num tie-break decisivo.
O apuramento de Nuno Borges para a quarta ronda do Internazionali BNL d’Italia ainda não se traduz no melhor resultado de um tenista português em torneios da categoria ATP Masters 1000, uma vez que Frederico Gil chegou aos quartos de final em Monte Carlo 2011 e João Sousa fê-lo em Madrid 2016. Mas esses torneios tinham quadros mais pequenos (64 e não 98 jogadores) e, portanto, menos uma ronda, pelo que já igualou o máximo de vitórias de um tenista português numa só campanha.
Roma 2024 é a quarta ocasião em que um tenista luso inscreve o nome na quarta eliminatória (equivalente aos oitavos de final), pois João Sousa também o fez em Miami 2016 (a par de Indian Wells um dos dois torneios da categoria que então já tinham quadros alagardos).
E a partir daqui haverá sempre história à vista para o maiato de 27 anos: se der mais um passo em frente, igualará os referidos quartos de final de Gil e de Sousa e passará a ser o primeiro português a triunfar por quatro vezes num ATP Masters 1000.
Segue-se ou o alemão Alexander Zverev (número cinco mundial e terceiro cabeça de série) ou outro italiano, Luciano Darderi (54.º).
Certo é que, depois do torneio, o tenista português já tem assegurado o regresso ao top 50 mundial, ocupando para já a 45.ª posição no live ranking — que lhe permitiria superar o 46.º posto alcançado em fevereiro deste ano.