Nuno Borges (53.º) alimentou a vitória assinada na estreia no Foro Italico e deu mais um passo de gigante ao inscrever pela primeira vez o nome em terceiras rondas de torneios de nível ATP Masters 1000. Um ano depois de ter consumado em Roma a primeira — e até há dias, única — vitória em quadros principais neste patamar, o melhor português da atualidade quebrou um jejum de mais de cinco anos com um novo êxito que o introduz em mares por ele nunca dantes navegados.
O maiato de 27 anos desde cedo declarou as intenções de derrubar um dos cabeças de série em Roma e foi quem sempre demonstrou maior iniciativa para levar o rumo a bom porto. Sem necessidade de esforços adicionais, resolveu a tarefa com o cazaque Alexander Bublik (17.º) ainda em menos de hora e meia, pelos claros parciais de 6-4 e 6-4.
O guião estava bem estruturado para agitar o duelo logo na fase embrionária e duas quebras de serviço conseguidas sem demoras promoveram Borges ao comando dos acontecimentos que, mesmo com um break consentido pelo caminho, não desviou as atenções para completar metade da tarefa. A segunda parte voltou a pender num ápice para o lado do jogador luso, que fez uso das lacunas de Bublik nos jogos de serviço para manter bem oleado um ascendente que ao cabo de 81 minutos se traduziu em certezas.
A segunda vitória da semana no Masters 1000 de Roma certifica a Nuno Borges um apuramento de estreia para a terceira eliminatória em qualquer uma das nove provas desta categoria e dá por encerrado um período de mais de cinco anos sem portugueses nesse degrau, desde que João Sousa alcançou a terceira ronda em Miami, em 2019.
Nuno Borges volta a ocupar, ainda que de forma provisória, uma posição dentro do top 50 depois de ter assinado o segundo maior triunfo da carreira em termos de ranking (só superado pela glória ante Grigor Dimitrov (13.º), na mais recente edição do Australian Open) e quer dar novas asas à história em Roma num desafio seguinte que vai confrontá-lo ou com o neerlandês Tallon Griekspoor (26.º), ou com o qualifier italiano Francesco Passaro (240.º).