Nuno Borges (53.º) foi levado a trabalhos redobrados no regresso à terra batida do Foro Italico, mas o esplendor esteve do seu lado e, já dobradas as três horas e meia de duração, impôs o ponto final de um interminável frente a frente com o espanhol Pedro Martinez (51.º), com os dramáticos parciais de 6-7(3), 6-4 e 7-6(8). O melhor português da atualidade inscreve pela segunda vez o nome na segunda eliminatória do ATP Masters 1000 de Roma e iguala o seu melhor registo na Cidade Eterna — com aquela que é, precisamente, a sua segunda vitória em eventos desta magnitude.
A primeira página do livro foi escrita pela mão de Martinez, recém finalista vencido do Millennium Estoril Open que se superiorizou de forma tangencial num tie-break que pendeu para seu favor, depois de nenhum dos dois ter conseguido furar a igualdade na partida regular.
Mas o percurso a trilhar ainda se adivinhava longo e Borges agarrou-se a todas as forças para começar a empreender os planos de reviravolta, que tiveram como motor de arranque um break que se traduziu na conquista do segundo parcial.
Em harmonia com um clima de cada vez maior tensão, ambos vacilaram nos jogos de serviço na partida final, mas o ritmo manteve-se balanceado — já depois de ter o português desperdiçado a primeira oportunidade de fechar o encontro —, e o tira teimas voltou a ser chamado ao serviço. Uma quebra momentânea de Borges deu o aval a que o adversário vencesse dois dos seus primeiros pontos de serviço, só que isso não impediu que o luso mostrasse os níveis máximos de resiliência para correr atrás do prejuízo e, negados dois match points para o lado do espanhol, celebrar à terceira oportunidade.
Cumprida a missão num dia que dificilmente se irá apagar da sua memória, Nuno Borges caminha para a segunda ronda do evento romano — repetindo o registo da sua primeira incursão, em 2023 — e no horizonte já desponta o nome do seu próximo adversário a abater: o cazaque Alexander Bublik (17.º), que por ser um dos cabeças de série esteve isento da eliminatória de abertura.