OEIRAS — Panna Udvardy (151.ª) já cumpriu com a meta de adiar até domingo a despedida de Portugal, mas dentro do seu ângulo de visão manifesta-se um desígnio ainda maior: o de se despedir do nosso país com a mala recheada não por qualquer dos troféus, mas pelo de campeã. No regresso à sua antiga casa, a jogadora da Hungria está a viver uma semana que vai deixar marca e é uma das que vai protagonizar a final de singulares marcada para as 11 horas deste domingo.
“Sinto-me muito contente porque hoje foi um ótimo encontro, joguei de forma inteligente tendo em conta as condições, o vento. Mantive-me focada e fui paciente, estou muito feliz por estar na final”, começou por exprimir a jogadora do centro da Europa, depois de ter liquidado Polina Kudermetova (178.ª) por 6-3 e 6-1, à boleia dos problemas físicos evidenciados pela russa.
Mesmo com a tarefa facilitada pela inesperada indisponibilidade da adversária, Udvardy garantiu que tinha o guião bem estruturado para fazer face aos eventuais perigos: “Comecei muito bem, sabia que táticas usar. Tal como disse ontem, queria jogar com um estilo de terra batida, sabia que ela batia com força de ambos os lados e eu sabia que se jogasse com spin e em altura ia deixá-la desconfortável. Resultou da melhor forma, no segundo set ainda quebrei um bocado, mas joguei da minha forma até ao fim.”
Esta, que será a sua primeira final da temporada, tem um sabor especial. Afinal, Panna Udvardy treinou nos courts do Clube Escola de Ténis de Oeiras por um período de seis meses no passado e o regresso a casa está a converter-se num brilharete: “É um sentimento incrível, ter todo o clube a apoiar-me, todos os dias. Já sou amiga dos encordoadores, dos apanha bolas, de toda a gente. É um torneio incrível, e poder jogar aqui no Court Central significa muito para mim. Espero que consiga chegar à vitória amanhã.”
O quinto e derradeiro frente a frente desta semana no Oeiras CETO Open vai opô-la à croata Jana Fett (150.ª), nome com quem perdeu recentemente, mas num contexto de condições distintas, asseverou: “Jogámos há umas três semanas, não perdi da melhor forma, mas agora vai ser completamente diferente. Tem estado vento, o piso é mais escorregadio, não nos podemos tornar tão agressivas como desejássemos, porque o vento leva a bola. Todos os encontros são diferentes e é dessa forma que vou encarar a final, é uma final e todos querem jogar o seu melhor. Vou focar-me em mim própria e a acreditar que posso ganhar.”
Ainda antes de chegar à sala de conferências de imprensa, a húngara de 25 anos aproveitou a brecha para treinar a pancada de serviço com Filipe Cunha e Silva, com quem mantém um forte vínculo, bem como com o pai João Cunha e Silva, seu ex-treinador: “Eles já não me viam há vários anos, mas têm-me vindo a encorajar. Sabem as minhas fraquezas, os meus pontos fortes, conhecem o meu estilo de jogo e estão a ajudar-me bastante, com o serviço, que hoje foi uma das chaves. É importante que eles partilhem comigo o seu conhecimento. “