OEIRAS — Francisca Jorge (184.ª) não teve cerimónias na entrada para a competição de singulares do W100 Oeiras CETO Open e subiu o primeiro degrau da semana com uma exibição a roçar a perfeição. Com toda a pompa e circunstância, a número um nacional só precisou de dedicar 70 minutos para arredar da prova a checa Gabriela Knutson (190.ª) pelos parciais de 6-1 e 6-2.
Com um sorriso no rosto na chegada à sala de conferências de imprensa, a vimaranense não ocultou o júbilo no momento de auto-avaliação aos acontecimentos que momentos antes deixaram marca na terra batida do Court Central do Clube Escola de Ténis de Oeiras e vincou que o mote para o sucesso passou por não ter permitido que a adversária ganhasse terreno no encontro.
“Sinto que joguei bastante bem, entrei para matar e a fazer as coisas bem. Consegui fazer o meu jogo e ela não estava a conseguir responder ao que eu estava a fazer e não conseguiu ser muito competitiva hoje. Fiz a minha parte e senti-me a jogar bem, no final ela apertou um bocadinho mas aguentei bem quando apertou e estou contente”, avaliou a jovem jogadora, única da casa a seguir para a segunda eliminatória de singulares.
Não obstante aceitar o mérito que teve, Jorge admitiu que foram as debilidades apresentadas por Knutson que mais contribuíram para um resultado com margem tão ampla: “Ela começou a cometer alguns erros logo desde início, os pontos estavam a ser rápidos e com muitos erros da parte dela. Mas não senti que estivesse a jogar tão bem para ter o resultado que tive.”
O clima ainda é de celebração depois de na semana passada não só ter somado os dois primeiros triunfos no patamar máximo, como também ter celebrado a conquista do primeiro troféu do ténis português em torneios do WTA Tour. Francisca Jorge foi, ao lado da irmã Matilde, a protagonista de uma história para a memória que só terminou com a conquista do Oeiras Ladies Open, na terra do Complexo de Ténis Jamor, e atestou que tanto essa, como a semana prévia, reforçou o seu bom momento.
“Deu-me bastante confiança, tanto a semana da Billie Jean King Cup como a do WTA, foram duas semanas muito positivas. Estou contente com a minha prestação agora, o que está para trás, está para trás, e agora vou ver o que consigo fazer. Deu-me um bocadinho mais de confiança e agora é continuar. Vou tentar jogar bom ténis, à procura de bom nível, que foi o que aconteceu hoje”, anuiu a atleta que vive as primeiras semanas dentro do top 200 do mundo.
A sua próxima adversária já se avizinha no horizonte e tem peso de ser a teórica grande favorita ao título. O nome Yuliia Starodubtseva (142.ª) pouco pode dizer a Francisca Jorge, que só por uma vez se cruzou com a ucraniana, mas o grau de exigência é de nível elevado: “Vi-a uma vez no Australian Open, treinou ao meu lado. Não a conheço muito, mas pareceu-me bastante agressiva, talvez mais em piso rápido. Não tenho muitas ideias, vou estudar um bocadinho para tentar perceber onde posso picar mais nas fragilidades dela. Tenho tudo para fazer um bom jogo e estou confiante das minhas capacidades.”
Francisca Jorge teve um fim de semana com duplo motivo para celebrar, não tivesse também no domingo celebrado o 24.º aniversário, e a rainha da festa acredita que o feito alcançado no Jamor pode ter sido um divisor de águas no ténis feminino nacional: “Sábado ganhámos e teve impacto a nível nacional, e no domingo eu fiz anos. Tinha 50 mensagens no sábado, 50 mensagens no domingo, e só segunda-feira consegui responder a tudo. A nível nacional teve bastante impacto, as pessoas já nos começam a reconhecer e é isso que nos ajuda a levar mais bagagem para os próximos torneios. Jogámos a final a pensar que era mais um jogo, sem a pressão de ser a final.”