OEIRAS – Suzan Lamens (163.ª WTA) é a nova campeã do Oeiras Ladies Open. Numa final épica e repleta de mudanças de ascendente, a neerlandesa de 24 anos venceu o maior título da carreira ao bater a favorita Clara Tauson (87.ª) com os parciais de 6-4, 5-7 e 6-4 em 2h53.
A vitória na final foi a nona em singulares em nove encontros disputados no Complexo de Ténis do Jamor para Lamens. A semana passada, ao serviço da seleção laranja tinha vencido quatro duelos, um deles o maior da carreira frente a Jelena Ostapenko (10.ª). Aliás, se contarmos com a variante de pares, a tenista dos Países Baixos (peça-chave no apuramento para os play-offs de novembro) só perdeu um encontro em 15 e essa derrota surgiu frente a Francisca Jorge e Matilde Jorge nos quartos de final da competição ganha pelas portuguesas neste sábado.
A decisão individual foi uma motanha-russa. Tauson arrancou melhor e explanou a habitual agressividade neste contraste de estilos. Lamens, bem mais consistente, rápida e a atuar mais no contra-ataque inverteu o primeiro parcial na reta final ao obrigar a dinamarquesa a forçar a nota.
Tudo parecia decidido quando a antiga 33.ª WTA (e vencedora de dois títulos da categoria 250) se lesionou no adutor direito a abrir o segundo set. Mais lenta e impaciente, rapidamente o parcial descambou para os 5-0. Só que a neerlandesa cedeu sete jogos consecutivos, não conseguiu encerrar o encontro nas duas oportunidades que serviu para o efeito e na segunda delas teve mesmo três championship points.
De repente a balança mudou para o lado de Tauson, mesmo com um forte adereço na perna direita. Ao soltar ainda mais o braço, sem nada a perder, a tenista de 21 anos arrecadou 11 jogos em 12 e passou a liderar o terceiro e decisivo parcial por 4-1, com dois breaks de vantagem. Tudo resolvido? Parecia, sim, mas mais uma reviravolta apareceu para mudar o curso do embate e todos os prognósticos que se iam fazendo.
Suzan Lamens amealhou os derradeiros seis jogos – imensos erros não forçados de Tauson -, quebrando a cabeça e o físico da favorita (quarta cabeça de série), que cedeu pela primeira vez nesta em duas semanas de Jamor (ambas tinham chegado à final com oito triunfos consecutivos).
O passing shot de direita na passada para finalizar o compromisso simbolizou o sucesso da mais velha – capacidade de luta interminável, muita entrega e com jogo para incomodar as adversárias mais categorizadas e potentes.
A quinzena dourada de Suzan Lamens traduziu-se no sétimo título da carreira, mas claramente o mais relevante por se tratar do primeiro a nível WTA. Sensivelmente dois meses depois do então maior troféu (W75 de Trnava), o Oeiras Ladies Open e a o regresso do circuito WTA a Portugal desde 2014 ficará marcado na galeria de Lamens, que vai ascender ao posto 134 da hierarquia feminina, um novo máximo pessoal.