OEIRAS — Suzan Lamens nunca mais vai esquecer a semana que passou no Complexo de Ténis do Jamor.
Aos 24 anos, a tenista natural de Roterdão, nos Países Baixos, venceu o Oeiras Ladies Open e conquistou o título mais importante da carreira — primeiro sob a égide da WTA — no torneio que assinalou o regresso do circuito mundial feminino ao país pela primeira vez em 10 anos.
O feito deu-se com os parciais de 6-4, 5-7 e 6-4 numa final com contornos épicos contra a dinamarquesa Clara Tauson que a levou a demorar a processar o que tinha conseguido. “Ainda estou a tentar acreditar no que aconteceu. Foi um encontro de loucos porque estive a ganhar por 6-4 e 5-0 e depois a perder por 4-1 no último set e consegui dar a volta. Foi uma grande montanha-russa e estou muito feliz, mas também cansada”, disse na abertura da conferência de imprensa.
A liderança que desperdiçou (chegou a dispor de três match points) foi de tal forma acentuada que “no início do terceiro set ainda estava a pensar muito nisso”, o que também explica o break de avanço que consentiu no parcial decisivo. “Mas ao 1-4 já só dizia a mim mesma para continuar a lutar porque no set anterior ela tinha estado a perder por mais. E de repente ela fez duas duplas faltas que alteraram um pouco o momentum e eu comecei a sentir-me otimista outra vez.”
Com o sonho de menina de chegar ao top 100, Lamens despediu-se do Jamor e de Portugal encaminhada do que nunca (será a 134.ª do ranking na segunda-feira, a melhor classificação da carreira por quase duas dezenas de posições) e com excelentes recordações na bagagem, pois o troféu foi erguido perante uma casa muito bem composta que acompanhou com aplausos as quase três horas de final.
O destino do voo que sairá do Aeroporto Humberto Delgado ainda este domingo será Roterdão, sinónimo de casa, e porque só volta a competir dentro de duas semanas terá “muito tempo” para “celebrar com a família e os amigos” esta que é a vitória mais especial de uma carreira que ainda espera estar a começar.