“Soluções, soluções, soluções”. Ou como Gastão Elias contornou a resignação com o otimismo obrigatório

OEIRAS — A invencibilidade de Gastão Elias no Court Central do Jamor terminou. E o fim deu-se de forma tão célere que o tenista português chegou à sala de conferências de imprensa cabisbaixo e até conformado, prometendo tentar reinventar-se, mas sem adiantar sequer parte do plano para se apresentar renovado quando voltar ao mítico palco do ténis português dentro de um mês.

“É um jogador que tem muita qualidade, muita potência de bola e que hoje jogou realmente bem. Serve sempre bem, mas hoje serviu bastante bem e eu não consegui fazer muitas coisas. Quando estava a responder foi muito agressivo e respondeu sempre com muita profundidade, o que me deixava desequilibrado tanto a servir como a responder. Ele basicamente começava os pontos por cima e a controlar, teve muito mérito”, disse na sequência da derrota por 6-2 e 6-3 para o qualifier italiano Samuel Vincent Ruggeri (272.º).

“Houve um momento no segundo set em que eu senti que ele talvez tivesse perdido um pouco a concentração porque fez alguns erros não forçados e eu consegui quebrar-lhe o serviço, mas tirando esse jogo ele esteve bastante bem do início ao fim. Obviamente eu podia ter feito alguma coisa melhor, mas as condições também estavam muito lentas, muito favoráveis ao jogo dele porque permitiam-lhe bater com força e a bola não lhe escapar”, acrescentou o tenista da Lourinhã, atipicamente resignado com uma derrota tão expressiva em casa.

“Deixou-me sem armas e sem soluções, não tinha arma nenhuma e não havia forma de ganhar pontos sem ser com erros dele”, disse ainda, falando, uma vez mais, das “bolas muito pesadas e muito lentas” que tantas críticas lhe têm merecido ao longo dos anos.

Esta foi a primeira derrota de Gastão Elias no Court Central do Jamor desde que foi travado por um tal Carlos Alcaraz nos quartos de final deste mesmo Oeiras Open 125 em 2021. Desde aí, seguiram-se três títulos Challenger noutros tantos torneios disputados (falhou os de 2023 devido a lesão) e ainda uma vitória na terça-feira, para iniciar esta prova com o pé direito.

Uma série que “algum dia tinha de acabar” e que não o deixou “nem um pouco triste”, revelando também aí alguma apatia que não lhe é habitual e que voltou a ser ouvida na hora de abordar o futuro. Falando em “soluções que já estão em andamento”, mas sem querer partilhá-las com quem estava do outro (nosso) lado, prometeu “testar, testar, testar” um “plural de soluções” que o mantêm otimista porque “se se andar neste desporto sem o ser não se consegue nada.”

O primeiro teste será em Francavilla (Itália), na segunda semana do mês de maio, e dias depois regressará ao Jamor para aplicar as referidas soluções no Oeiras Open 4.

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