OEIRAS — Jaime Faria está pela primeira vez nas meias-finais de singulares de um torneio Challenger, mas tem mais história pessoal à vista e para a alcançar terá, primeiro, de vencer uma batalha noturna com o natural nervosismo de quem com tenra idade está a quebrar barreiras atrás de barreiras mês após mês.
“Às vezes acordo completamente desperto porque parece que estive a jogar três sets durante a noite. Acho que estou a lidar cada vez melhor com isso, mas hoje vou ter mais uma batalha de três sets para ganhar e ter uma noite descansada”, revelou já na parte final da conferência de imprensa, em jeito de abordagem ao que tem pela frente.
E o que o espera não é, de facto, coisa pouca. Este sábado, no terceiro encontro das 10h no Court Central do Jamor, Jaime Faria jogará pela primeira vez na carreira as meias-finais de singulares de um torneio Challenger — e logo na categoria 125. Mas não só: para além de um lugar na final também estará em jogo um bilhete para Roland-Garros, pois uma nova vitória assegura o apuramento para o qualifying de um Grand Slam pela primeira vez na carreira.
“Dessa maneira é uma espécie de final, sim, mas estou focado no que tenho de fazer para ganhar o encontro e não estou muito preocupado com a análise tática porque o Pedro [Sousa] e o Rui [Machado] conhecem-no bem melhor do que eu”, disse, despachando para um canto quaisquer questões relacionadas com a pressão extra que possa sentir atendendo à ocasião.
Sobre o que Jaime Faria não poupou palavras foi o apoio sem precedentes sentido no Court Central: “Aqui no Jamor nunca tinha jogado com tanto público e é algo de que estou a gostar bastante. Amanhã espero que haja ainda mais pessoas e também aproveito [esta conferência de imprensa] para pedir o apoio de todos amanhã, porque hoje foi bastante importante e conseguiram agarrar-me bem. Aquele último ponto foi ganho pelo público, não por mim.”
