Gastão Elias não quer pensar nas 20 vitórias, mas sente “uma magia qualquer” que o leva a Monte Carlo

Sara Falcão/Federação Portuguesa de Ténis

OEIRAS — A espera foi longa, mas esta terça-feira Gastão Elias conseguiu finalmente regressar a um palco de boas memórias e celebrou a 16.ª vitória consecutiva no Court Central do Complexo de Ténis do Jamor. Apurado para a segunda ronda do Oeiras Open 125, não quis repetir o discurso do passado e foi cauteloso na abordagem ao feito que tem no horizonte, mas deixou pistas que permitem alimentar o sonho (e, claro, as manchetes).

“Apesar de não ter conseguido resultados brilhantes desde que joguei aqui em Oeiras [foi finalista e semifinalista de dois Challenger em piso rápido indoor nas duas primeiras semanas da época], ganhei um número de encontros que me permite estar mais ou menos rodado e com confiança suficiente para chegar aqui e jogar a um bom nível”, explicou na conferência de imprensa que aconteceu depois de beneficiar da desistência do polaco Maks Kasnikowski quando já liderava por 6-1 e 1-1.

“E parece que este campo tem uma magia qualquer que faz com que eu me sinta bem. Gosto do som da bola, sinto-me confortável e não diria que estou a jogar o melhor ténis da minha vida, como disse da outra vez, mas assim que entro dentro deste campo começo a sentir-me bem e em casa, por isso espero fazer como o Tsitsipas em Monte-Carlo, porque sempre que chega lá joga um ténis incrível e eu espero conseguir fazer isso aqui.”

Gastão Elias sabe do que fala. Há dois anos, começou aquela que viria a tornar-se na quinzena mais dourada da carreira a afirmar precisamente que estava a praticar o seu melhor ténis. Recebida com um certo ceticismo por quem o ouviu em primeira mão, sobretudo porque pouco tinha feito desde que um ano antes vencera neste mesmo palco o seu primeiro título Challenger em Portugal, a afirmação foi sendo reforçada ao longo dos dias seguintes até que, volvidas duas semanas, triplicou mesmo o número de vitórias (e títulos).

Essa série foi retomada e reforçada esta terça-feira, mas desta vez teve mais precaução na abordagem ao que pode conseguir daqui em diante: “Agora não estou a pensar nas 20 vitórias, estou a pensar nas 17. Sei que se jogar o que tenho jogado aqui tenho grandes possibilidades [de o conseguir], mas isto é um Challenger 125 e tudo pode acontecer. Se isso aparecer, mental e fisicamente estou apto para ir longe.”

Enquanto Elias apazigua o sonho, o modesto Samuel Vincent Ruggeri (272.º e vindo do qualifying) é o adversário que o separa de mais um passo rumo ao objetivo não assumido… o seu Monte Carlo.

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