OEIRAS — Fabio Fognini é um jogador de culto, inigualável na forma como se expressa no court e conhecido um pouco por todo o mundo pela imprevisibilidade que acima de tudo assegura sempre o espetáculo. E foram essas características que levaram às bancadas do Court Central do Jamor várias centenas de espetadores que durante 2h22 puderam ver o italiano fazer das suas enquanto construiu a recuperação que o apurou para a segunda ronda do Oeiras Open 125, onde é o favorito à vitória.
De frustrado a descontraído, de desanimado a sorridente, o carismático italiano de 36 anos abriu o livro e deu uma amostra completa do que é capaz de fazer de raqueta na mão até que consumou a reviravolta (por 4-6, 6-4 e 6-4) contra Joris de Loore — belga que guarda muito boas memórias do Jamor, pois foi cá, mas nos campos cobertos de piso rápido, que em janeiro de 2023 ergueu o primeiro título Challenger da carreira.
O favoritismo de Fognini era evidente, mas demorou a ser confirmado porque o ex-número nove mundial (detentor de nove títulos no circuito principal, o mais recente no ATP Masters 1000 de Monte-Carlo em 2019) perdeu completamente a concentração quando serviu para não perder a primeira partida. Obrigado a trabalhos extra, empenhou-se — mesmo se, animicamente, a atitude nem sempre o daca a entender — e foi à luta, recuperando inclusive de um break de desvantagem na primeira partida.
Atualmente no 95.º lugar do ranking, o tenista de Sanremo (a 30km da fronteira com França) optou pelo Jamor porque não obteve entrada direta no quadro principal de nenhum dos torneios ATP que acontecem esta semana e para já a aposta está a revelar-se certeira. Primeiro cabeça de série, está garantidamente em melhor forma comparativamente à passagem anterior pelo nosso país, pois em novembro teve de desistir antes da segunda ronda do Maia Open, onde falhou o objetivo de chegar ao quadro principal do Australian Open.
O adversário na segunda ronda será o compatriota Stefano Napolitano (125.º), que chegou de Madrid com um troféu Challenger na bagagem e esta terça-feira superou o checo Jozef Kovalik (também campeão no domingo, mas em Split) por 7-6(1) e 6-2.
Entre os muitos encontros desta jornada, destaque ainda para Chun-hsin Tseng. O tenista do Taipé, ex-número um mundial de juniores e vencedor de um dos dois Maia Open que aconteceram em 2021, começou a semana no qualifying e celebrou a terceira vitória consecutiva ao dar a voltaa Quentin Halys. Os parciais de 4-6, 7-6(3) e 6-2 permitiram-lhe marcar encontro com Jaime Faria, responsável pela eliminação do segundo cabeça de série Thiago Monteiro na véspera.
Francisco Comesana (quarto cabeça de série), Emílio Nava (quinto), Terence Atmane (sexto), Jesper de Jong (nono pré-designado), Elias Ymer, Franco Agamenone e Valentin Royer (qualifier) completaram o elenco da segunda ronda, no qual já estavam Gastão Elias e Ugo Blanchet, bem como Jaime Faria, Dennis Novak e Vilius Gaubas apurados na véspera.
