OEIRAS — A temporada de Jaime Faria continua a melhorar e esta segunda-feira o jovem português de 20 anos celebrou pela segunda vez em menos de um mês a melhor vitória da carreira, um feito que o inscreveu na segunda ronda do Oeiras Open 125 e que reforçou a possibilidade de jogar já em Roland-Garros o primeiro torneio do Grand Slam.
A vítima foi Thiago Monteiro, brasileiro que chegou ao Jamor com o estatuto de segundo cabeça de série (é o 113.º classificado no ranking ATP) e que apesar do currículo (chegou a ser 61.º há um ano e meio) não intimidou o jovem da casa.
“Hoje fiz mais um grande encontro e acho que esta é a minha melhor vitória”, disse em conferência de imprensa, sincronizando as sensações com os factos. “Senti-me a jogar melhor do que contra o Lukas Klein [o adversário que era 116.º e que venceu para chegar ao quadro principal do Millennium Estoril Open] e até mesmo do que contra o Skatov ou o Grenier no ano passado. Esta é sem dúvida a minha melhor vitória, até pelas sensações que passei no encontro.”
“Ele apertou-me bastante e eu tentei focar-me muito em mim. De um modo geral foi um encontro muito positivo. No primeiro set fui muito sólido, no segundo ele teve mérito e no terceiro acho que fui superior, apesar de lhe ter dado algumas abébias que o trouxeram de volta. Tive mais coragem do que ele no final e assumi bem no tie-break”, acrescentou.
O tira-teimas decidiu o embate luso-brasileiro e reforçou a cada vez maior facilidade que Faria tem em desenvencilhar-se de momentos de aperto graças ao serviço, pancada que esta tarde lhe valeu impressionantes 14 ases e muitos outros pontos ganhantes. “Tem sido muito importante porque posso não estar a jogar muito bem de fundo ou não estar tão sólido, que não foi o caso de hoje, e sentir que me ajuda a manter no jogo. É uma arma que eu tenho de continuar a melhorar e usar bem, até porque depois do primeiro serviço também me ajuda a sentir mais confortável.”
Os resultados que assinou nas últimas semanas em piso rápido (quatro títulos ITF M25 em quatro semanas graças a 20 vitórias consecutivas) fazem com que esta transição de sucesso para a terra batida já não o surpreenda por inteiro e acrescentam um toque de ambição ao discurso, pois agora o objetivo já é chegar aos maiores palcos: “Não sei exatamente quantos pontos é que tenho de fazer, mas ainda faltam alguns. Se quiser chegar a Roland-Garros ou jogar um Grand Slam ainda este ano tenho de continuar a ganhar a jogadores com este ranking, mas não tenho de pôr pressão sobre mim. Vamos jogo a jogo e sei que é possível.”
Para já, a segunda ronda do Oeiras Open 125 — frente a Quentin Halys (169.º) ou Chun-hsin Tseng (250.º). E depois ainda o Challenger de Ostrava, na República Checa, que será o último a contar para a “corrida” de apuramento para o qualifying de Roland-Garros.