Sakkari regressa a Portugal com um sorriso e deixa apelo a Tsitsipas: “Podemos fazer algo grande pelo nosso país”

OEIRAS — Há um ano cabisbaixa e adoentada, agora enérgica e sorridente. Maria Sakkari parece outra comparativamente à passagem anterior pelo nosso país e neste regresso ao Jamor para disputar mais uma semana de Billie Jean King Cup by Gainbridge tem um papel fundamental para as aspirações da Grécia, mas ainda assim voltou a aceder ao interesse mediático e passou pela sala de conferências de imprensa. A número seis mundial falou de tudo um pouco e até deixou um recado ao compatriota Stefanos Tsitsipas.

Se em 2023 foi uma constante vê-la de máscara e muito agasalhada enquanto acompanhava a equipa num complexo em que não chegou a treinar, em 2024 o único contratempo que a número seis mundial enfrentou esteve relacionado com a boa forma: por chegar às meias-finais do WTA 500 de Charleston, que jogou no sábado, só chegou a Lisboa na manhã de terça-feira, um dia em que ainda foi a jogo na variante de pares.

A comparação com o cenário que viveu há um ano tem sido referida nos vários reencontros das primeiras 48 horas em Portugal e também foi tema de conversa numa conferência de imprensa que abriu a demonstrar a satisfação “por estar de volta, e saudável, a um excelente país e uma cidade incrível.”

Satisfeita com a oportunidade de “jogar muitos encontros” num curto espaço de tempo e empenhada em ajudar a Grécia a subir de divisão, Sakkari contribuiu com uma vitória em pares na terça-feira e uma vitória em pares na quarta-feira. Com o segundo lugar no Grupo C, o país juntou-se a Letónia e Dinamarca num grupo a três do qual apenas um conjunto poderá seguir para o play-off de acesso à ronda de qualificação para a fase final.

O primeiro dos derradeiros desafios acontece já esta quinta-feira e inclui nada mais, nada menos do que o primeiro encontro de sempre entre duas top 10 WTA em Portugal, com a grega de um lado e a Jelena Ostapenko do outro caso as nomeações dos capitães vão de encontro ao expectável — mesmo se a letã, conhecida pelo seu feitio difícil, deu a entender que poderá optar por ficar de fora desse braço de ferro altamente mediático (e imperdível).

É uma possibilidade que reforça a opinião de Sakkari, que há um ano já o tinha dito e desta vez reafirmou que “continuo a achar que esta é uma ótima preparação para a época de terra batida porque tenho de jogar encontros de singulares e de pares e isso faz-me passar muito tempo na terra batida antes de jogar em Madrid, em Roma e em Roland-Garros.”

De fora das contas voltará a ficar o WTA 500 de Estugarda, considerado um dos melhores torneios do mundo, porque está “há demasiado tempo fora de casa” e a viajar “com três grandes malas, como se fosse um caracol.”

O descanso impõe-se, mas primeiro há uma missão a cumprir em solo português que até a leva a pensar numa outra, igualmente com contornos patrióticos e porventura ainda mais histórica: a participação nos Jogos Olímpicos de Paris, em agosto… e precisamente em terra batida, em Roland-Garros.

Para além das naturais aspirações em singulares (chegou às meias-finais do torneio do Grand Slam francês em 2021, mas desiludiu nos anos seguintes), Sakkari também irá a jogo em pares femininos e gostaria de fazer o pleno das variantes, ou não fosse a Grécia uma das nações com mais hipóteses de conquistar o título de pares mistos. Mas tem um entrave pela frente: convencer o amigo Tsitsipas a mudar de ideias.

Para vos dizer a verdade, quero jogar as três variantes porque em singulares jogo por mim, em pares femininos seria muito bom dar à Despina [Papamichail] a oportunidade de experienciar uns Jogos Olímpicos e gostava de jogar os pares mistos porque acho que temos uma excelente hipótese de conquistar uma medalha, mas o Stefanos vai jogar pares com o irmão e segundo sei não está a planear jogar pares mistos, mas disse-me que vai tomar uma decisão mais perto do torneio”, explicou desanimada.

“Não lhe ligo todos os dias, mas sempre que o vejo digo-lhe que tem de mudar de ideias. Todos sabem o quão bem podemos jogar juntos e é um quadro de 16 equipas, o que significa que se ganhas dois encontros já estás nas meias-finais e a lutar por uma medalha. Seria um feito muito grande para o nosso país e não há muitas equipas que tenham a química nós temos porque não há muitas equipas que joguem juntas há tantos anos. Seria uma pena não jogarmos, mas é uma decisão dele. Do meu lado quero muito jogar pares mistos e espero que ele mude de ideias”, concluiu a tenista de Atenas.

Com o apelo feito, o foco mantém-se, para já, em Oeiras. E é por cá que até sexta-feira (no sábado a Grécia já não joga) se pode ver uma das melhores tenistas da atualidade a deslizar na terra batida portuguesa, todos os dias com entrada gratuita.

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