OEIRAS – Se tudo correr bem, esta quinta-feira há história no Complexo de Ténis do Jamor: a Grécia de Maria Sakkari (sexta WTA) e a Letónia de Jelena Ostapenko (10.ª) estão no mesmo grupo da segunda fase do Grupo I da Zona Europa-África da Billie Jean King Cup by Gainbridge e as duas vedetas do circuito feminino estarão frente a frente caso os capitães, e as próprias, assim o entendam.
Se se concretizar, esse encontro-espetáculo será o primeiro confronto de sempre entre duas jogadoras do top 10 WTA em solo português. Falamos de uma possibilidade e não de uma certeza — como faria sentido em teoria, visto serem as maiores figuras dos respetivos países — pois Ostapenko não garantiu a presença no embate devido ao desgaste acumulado da semana.
É que a tenista de leste já disputou cinco encontros em três dias entre singulares e pares (um deles frente a Francisca Jorge, resolvido somente num tie-break de terceiro set), todos eles bastante longos e perante tempo bastante quente, ao passo que a grega apenas competiu em dois, um deles individual e relativamente rápido, ainda que esteja com jet lag — só aterrou em Lisboa na terça-feira ao meio-dia vinda das meias-finais em Charleston.
O encontro, e a eliminatória entre os dois países, terá honras do histórico Court Central do Complexo de Ténis do Jamor a partir das 11 horas (o frente a frente abrirá com o embate entre as segundas melhores tenista dos dois países). Grécia e Letónia estão a lutar pela quarta e derradeira vaga nos play-offs em conjunto com a Dinamarca de Caroline Wozniacki e Clara Tauson (é a mais nova a número um nesta altura, pelo que é ela em rota de colisão com Sakkari e Ostapenko na sexta-feira e no sábado, respetivamente). Estas três equipas eram as favoritas teóricas por contarem nas suas fileiras com as maiores vedetas da prova, mas a verdade é que foram os Países Baixos, a Áustria e a Sérvia a vencerem os primeiros grupos para carimbarem presença em novembro.
As duas tenistas do top 10 vão medir forças pela quarta vez, mas a primeira em terra batida europeia e pela primeira vez em cerca de dois anos e meio. Em 2017, Ostapenko venceu em Charleston (terra batida verde) por 6-2, 4-6 e 6-2; Sakkari arrecadou os dois confrontos seguintes no Australian Open de 2019 (6-1, 3-6 e 6-2) e em Ostrava em setembro de 2021 (indoor hard com os parciais de 6-4 e 6-2).
Maria Sakkari e Jelena Ostapenko são as melhores tenistas (mulheres) da história dos respetivos países. A grega superou os feitos da mãe, antiga top 50 WTA, e já foi número três mundial, tendo no currículo dois títulos do circuito principal (um da categoria 1000) em 10 finais (três em WTA 1000, uma na presente época em Indian Wells), bem como três presenças consecutivas no WTA Finais nos últimos três anos; a letã foi a primeira do seu país a vencer uma prova do Grand Slam (Roland-Garros 2017) e possui oito títulos WTA em 16 finais, dois dos troféus em 2024 em torneios da categoria 500 (Adelaide e Linz). Sakkari é 11.ª na race (pontos da temporada), Ostapenko é a sétima melhor jogadora do ano.