“Com os pés assentes na terra”, Jaime Faria encara quadro principal como “prémio do que tem vindo a ser feito”

Millennium Estoril Open

ESTORIL — Jaime Faria (287.º) recebeu este domingo o ovo de Páscoa mais saboroso da carreira e fechou com chave de ouro a passagem pela fase de qualificação do Millennium Estoril Open. Depois de ontem completar metade da missão, assegurou um inédito apuramento para o quadro principal ao assinar a maior vitória de sempre frente ao eslovaco Lukas Klein (128.º), por 6-4, 6-7(3) e 6-1.

Na chegada à sala de imprensa, concebeu o acesso à fase final como uma recompensa por todo o esforço empreendido nos últimos anos: “Não tenho muitas palavras, acho que é um momento incrível. É um prémio que tenho neste início de época, fruto do trabalho que tem vindo a ser feito. São emoções que nunca tinha sentido antes, vou tentar aproveitar e desfrutar, mas com os pés assentes na terra.”

Faria, que viu a partida ser interrompida no final do segundo capítulo devido à chuva, explicou o que faltou para rematar a tarefa nessa fase e a receita para estar dois passos à frente do adversário no que restou do duelo: “Ele jogou bem no final do segundo set e teve mérito nisso, apesar de eu ter estado um pouco nervoso no tie-break, com uns erros que não costumo fazer. No início de terceiro set foi complicado, mas aguentei-me bem porque estava focado ponto a ponto. Tive de meter uma mudança acima e sabia que podia fazer o break e consegui implementar um pouco mais o meu jogo.”

E mesmo com as duas primeiras vitórias ATP no bolso, o jogador do Centro de Alto Rendimento do Jamor está ciente de que tem ainda muito mais por desencantar: “Apesar de chegar ao quadro principal, não me sinto a jogar o meu melhor ténis, o que é bom. Há coisas a melhorar e quero preparar-me melhor para o próximo jogo.”

Nuno Borges, João Fonseca, Constant Lestienne ou Dominik Koepfer. Um deles será o seu próximo adversário no Clube de Ténis do Estoril e, ainda que sem preferências, quer riscar um nome das possibilidades: “Ainda não pensei muito nisso, mas o Nuno não gostava de defrontar por ser um grande amigo meu, até vivemos juntos. Mas se tiver de ser vamos a isso. São bons jogadores e resta-me esperar para ver o quadro e preparar-me da melhor maneira.”

E ainda teve tempo para manifestar o quão positivo tem sido viver de perto os feitos do seu amigo e concorrente Henrique Rocha, que há semana e meia conquistou o maior título da carreira: “É uma rivalidade saudável, quando o vejo a ganhar um Challenger fico muito feliz por ele, mas também quero seguir essas pisadas e quero atingir os patamares que ele atingir. Sei como ele trabalha e sei que também lá consigo chegar, está-nos a correr bem este momento, os momentos mais complicados hão de chegar, faz parte. Estamos a evoluir a um bom ritmo.”

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