ESTORIL — Um decénio volvido do primeiro triunfo no circuito ATP, Duarte Vale (581.º) voltou a agarrar com unhas e dentes a oportunidade de competir mo mais elevado nível e foi responsável por assinar uma das duas vitórias portuguesas do sábado que abriu a fase de qualificação do Millennium Estoril Open. A atuar em casa, o jogador de Cascais não teve dificuldades para bater o alemão Hendrik Jebens (1109.º) – que entrou à última hora para substituir o desistente Vit Kopriva —, e fê-lo por 6-4 e 6-2.
Em retrospetiva ao triunfo no início da sua juventude, na anterior prova ATP 250 que se disputava no Complexo de Ténis do Jamor, Vale admitiu que o sabor é o mesmo do de há dez anos: “A primeira foi quando tinha uns 16 anos, é a minha segunda vitória mas esta parece a primeira. Senti-me bastante bem, estava-me a sentir confiante antes do jogo, em vez de defrontar o primeiro cabeça de série ia jogar com um alternate, e isso foi uma mudança no chip. Estava preparado para uma coisa e depois à última hora foi diferente, mas vim para me focar naquilo que tenho vindo a fazer e as coisas saíram-me bem.”
Ainda antes de se confirmar o desaire de Francisco Rocha às mãos do britânico Jan Choinski, por 7-5 e 6-1, o português de 25 não teve dúvidas em asseverar de que lhe espera um obstáculo de exigência máxima: “Acho que vai ser um jogo duro independentemente de qual deles for, é um torneio ATP e nada é fácil. Vou voltar a tentar focar-me naquilo que posso fazer, quanto ao resultado logo se vê.”
Sem fazer do ATP Tour o seu habitat natural, Duarte Vale frisou ainda que, por muitas que sejam as diferenças, tenta ambientar-se à nova realidade da mesma forma que faz nos torneios de menor importância: “Há mais distrações, é mais difícil focar-se naquilo que se quer fazer. Há sempre mais estímulos, requer um maior esforço para quem não está habituado, mas em termos de ténis tento abordar como se fosse um ITF ou um Challenger, seria um erro não abordar dessa maneira.”