Henrique Rocha entrou para a galeria de campeões portugueses do ATP Challenger Tour graças a uma semana dourada em Múrcia e no balanço à melhor campanha da carreira destacou as “várias barreiras ultrapassadas” que lhe permitiram alcançar os primeiros objetivos que tinha para 2024.
Já em Girona, onde na próxima semana disputa mais uma prova do circuito secundário, o jovem portuense disse ao Raquetc que ficou “muito contente” por ultrapassar “pequenos objetivos ao longo da semana, como a minha primeira meia-final, a minha primeira final e o meu primeiro título, mas também as melhores vitórias da minha carreira.”
Acima de tudo, Rocha destacou “o ténis muito bom” que apresentou ao longo da semana em Múrcia, onde conquistou o primeiro título Challenger e assegurou a estreia no top 200: “Esses eram os primeiros objetivos e agora sem dúvida que quero continuar a subir de 50 em 50, mas não há contos de fadas e sei que ainda tenho de melhorar muito e lutar em muitos jogos e torneios para continuar a subir.”
Para já, ninguém lhe tira duas linhas na história do ténis nacional: tornou-se no 11.º português a vencer um torneio deste nível e no 15.º a chegar a subir tanto no ranking.
Com um sorriso na voz, o novo número dois nacional admitiu que “foi uma final mesmo para acabar de rastos”, em que esteve “a maior parte do tempo por baixo” e que vencer com os contornos que assinou “sabe ainda melhor.”
A derradeira vítima foi nada mais, nada menos do que o ex-top 20 Nikoloz Basilashvili, que serviu para a vitória na segunda partida e ainda liderou por 3-0 na terceira. “Já ontem tinha dito que queria ganhar mais do que ele e acho que isso foi sem dúvida o que fez a diferença. Fui-me aguentando e felizmente acabou por cair para o meu lado. Consegui ultrapassar os momentos mais difíceis do encontro em que muitas vezes não me estava a sentir tão bem. Ele bate muito forte na bola e é difícil impor o meu jogo, mas foi isso que tentei fazer do início ao fim e no final do terceiro set sabia que tinha de jogar para ganhar.”
O torneio de Múrcia foi o primeiro do ano em terra batida para Henrique Rocha, que antes tinha competido num ITF M25 na Quinta do Lago. Pelo Algarve, não conseguiu confirmar o estatuto de primeiro cabeça de série e foi eliminado nas meias-finais. Foi uma semana emocionalmente mais instável a que teve de “dar a volta” para conseguir “mudar o chip com a ajuda das pessoas que estão à minha volta e que me encaminharam para o caminho certo”.
A reação imediata, admitiu, “surpreendeu um bocadinho.”
E deixou-o muito bem encaminhado para atingir outro objetivo muito em breve: com a entrada no top 200 já na segunda-feira e poucos pontos a defender no próximo mês, deverá ser uma questão de tempo até ver confirmada a entrada no qualifying de Roland-Garros, onde espera estrear-se em torneios do Grand Slam.