Jannik Sinner colocou um ponto final no jejum de quase 48 anos e tornou-se no terceiro homem italiano a vencer um torneio do Grand Slam em singulares. O feito atingiu proporções épicas graças à reviravolta sobre Daniil Medvedev, contra quem esteve a perder por dois sets a zero, e sobretudo pela forma recente do jovem de 22 anos, que no final admitiu sentir uma pressão constante com a qual gosta de lidar.
“Há sempre pressão, mas a pressão é boa. Tens de a encarar de uma boa forma”, disse na conferência de imprensa após consumar virar a final para vencer por 3-6, 3-6, 6-4, 6-4 e 6-3.
“É um previlégio, porque não há muitos jogadores que sintam este tipo de pressão. Ter uma pressão como esta significa que [as pessoas] acreditam que és capaz de o conseguir”, desenvolveu, já depois de citar a famosa frase de Billie Jean King [“pressure is a privilege“].
Já sob a forma como deu a volta a uma final que chegou a parecer perdida, o novo campeão do Australian Open admitiu que “estava à espera de algo diferente da parte dele, por isso tinha um feeling de que ele podia jogar mais agressivo, mas não tão agressivo. Jogou muito, muito bem durante os dois primeiros sets, ou dois sets e meio. Eu tentei equilibrar e aproveitar algumas hipóteses no terceiro set.”
“Quando ganhas um jogo muito importante, o jogo pode mudar e foi o que aconteceu hoje. Tentei manter-me no court durante o máximo de tempo possível porque sabia que ele tinha passado muitas horas em jogo. Quanto mais o encontro se prolongasse, melhor estaria em termos físicos do que ele e acho que isso foi a chave”, acrescentou Sinner.
A viver a melhor fase da carreira, o jogador nascido em San Candido também explicou que por detrás do sucesso há mais do que a forma recente — fechou 2023 como vice-campeão do ATP Finals e campeão da Taça Davis: “Acho que o que fiz não no último ano, mas há dois anos, que foi conhecer melhor o meu corpo e a minha equipa foi um grande passo para mim.”
“Depois tentámos ter resultados melhores no último ano e tive muito bons resultados em Indian Wells e Miami [meias-finais e final]. Depois fiz uma meia-final em Monte-Carlo e uma meia-final em Wimbledon. Tive bons resultados que me ajudaram a acreditar que consigo competir com os melhores jogadores do mundo. Mas [aqui] ainda tenho de o processar, porque derrotei o Novak nas meias-finais e o Daniil na final. Eles são jogadores muito difíceis de bater, por isso é um excelente momento para mim e para a minha equipa, mas sabemos que temos de continuar a melhorar se queremos ter mais uma oportunidade de voltar a erguer um grande troféu”, concluiu.