Alexander Zverev (6.º) esteve bem encaminhado para marcar o regresso a uma final do Grand Slam mais de três anos depois, mas nunca se pode dar Daniil Medvedev (3.º) como derrotado e a resiliência foi a palavra chave. O russo chegou a enfrentar uma posição muito delicada, mas acordou a tempo de dar início a uma impressionante reviravolta que com os parciais de 5-7, 3-6, 7-6(4), 7-6(5) e 6-3 lhe assegura a terceira presença da carreira na final do Australian Open.
Duas quebras de serviço consolidaram uma breve chegada à liderança por parte de Zverev, mas o germânico ainda se deixou apanhar e só mais tarde deu o passo derradeiro para passar para primeiro plano. Frente a um russo ainda algo apagado, ampliou a fronteira através de um segundo set de sentido único e passou a ver o bilhete para a final a uma partida de se concretizar.
Só que Medvedev provou que não havia ainda deitado a toalha ao chão e depois de ter ameaçado por algumas ocasiões o serviço do adversário, efetivou as investidas num tie-break que lhe restaurou a esperança. Num quarto parcial que quase foi uma cópia do anterior, o moscovita voltou a não ter sido capaz de converter as oportunidades de quebra e só num novo tira teimas resgatou o resultado para o seu lado, forçando a disputa de um decretório quinto capítulo: nessa derradeira etapa a falência anímica de Zverev foi notória e Medvedev aproveitou o embalo para arrematar a remontada.
Feita a festa neste verdadeiro braço de ferro resolvido só ao fim de quase quatro horas e meia, Alexander Zverev segue para o último domingo com a segunda reviravolta da quinzena depois de ter estado a perder 0-2 e quer fazer jus ao ditado de que à terceira é de vez. Se em 2021 cedeu na final frente a Novak Djokovic e no ano seguinte voltou a sair como finalista vencido diante de Rafael Nadal, desta feita quer inverter o registo num derradeiro encontro agendado com o italiano Jannik Sinner.