No habitual vai ou racha, Novak Djokovic derrotou Taylor Fritz e selou o apuramento para as meias-finais do Australian Open, reentrando num território que bem conhece e no qual continua invencível no torneio do Grand Slam que mais sucesso lhe deu em toda a carreira.
Três anos depois um frente a frente polémico que foi interrompido para uma evacuação na fase em que o norte-americano tinha o ascendente e do qual saiu com muitas críticas para o sérvio, a controvérsia ficou de fora, mas o ténis de alto nível foi uma constante e o número um mundial precisou de 3h45 para vencer por 7-6(3), 4-6, 6-2 e 6-3.
Após 2h23 nada separava Djokovic e Fritz. O primeiro jogo do encontro (no serviço do norte-americano) prolongou-se durante 16 minutos e ditou a tónica dos dois parciais inaugurais, sempre muito equilibrados e sem quebras de serviço até que o mais novo e menos cotado assinou o primeiro break. Fritz já tinha ameaçado anteriormente, ao ter dois set points a 6-5 do primeiro set, e teria ficado com uma vantagem muito interessante para sonhar com a primeira vitória nesta rivalidade, mas a combinação Novak Djokovic-Australian Open voltou a revelar-se inquebrável.
Dez anos mais novo do que o adversário, Djokovic não escondeu as dificuldades em lidar com o calor (prefere jogar em sessões noturnas e pelo segundo encontro consecutivo foi a jogo durante o dia) e foi posto à prova durante muito tempo por Fritz. Só que o norte-americano, que até roçou a perfeição e à exceção dos dois set points que não aproveitou nada teve a apontar até ao início do terceiro set, tinha um prazo de validade.
Obrigado a ser muito agressivo para fazer frente ao líder do ranking, Fritz não aguentou o ritmo e nunca mais foi o mesmo. Quebrado a abrir a terceira partida, o tenista da Califórnia perdeu pernas, perdeu resistência e perdeu a capacidade de pressionar de forma constante, enquanto do outro lado Djokovic aproveitou a descida de temperatura e voltou a dar provas da capacidade de fazer face às mais variadas condições e adversários e em sentido contrário elevou a eficácia do serviço, a agressividade da resposta e a pressão no geral para tomar controlo dos acontecimentos: 2h23 para os dois primeiros sets, 1h22 para os dois últimos, sinais da mudança de ascendente que lhe valeu o 48.º apuramento para a meia-final de um torneio do Grand Slam (ninguém tem mais), 11.º só na Austrália.
Em território bem conhecido e invicto a partir daqui, Novak Djokovic ficará à espera do vencedor do segundo encontro da sessão noturna, que colocará frente a frente Jannik Sinner e Andrey Rublev.