O treinador de Coco Gauff é o autor de um popular livro sobre como “ganhar feio” e esta terça-feira a norte-americana demonstrou ter a lição bem estudada ao seguir pela primeira vez para as meias-finais do Australian Open depois de um encontro em que cometeu 51 erros não forçados.
Num duelo entre duas jovens muito talentosas e já com cartas dadas, a norte-americana de 21 anos resistiu à ucraniana Marta Kostyuk, de 19 anos, e triunfou por 7-6(6), 6-7(3) e 6-2 ao cabo de 3h08.
Kostyuk liderou por 5-1 na primeira partida e teve dois set points, Gauff teve uma vantagem de 5-3 na segunda e serviu para o encontro a 5-4, mas foi necessário um parcial decisivo.
Disputaram-se 246 pontos e 107 terminaram com erros não forçados, números que refletem um frente a frente atipicamente parco em qualidade e no qual Kostyuk (39 winners para 17) foi quem teve mais iniciativa, mas em que o serviço de Gauff (uma das suas maiores armas) acabou por fazer a diferença.
Campeã do US Open em 2023 e do WTA 250 de Auckland a abrir 2024, Coco Gauff aumentou para 12 as vitórias consecutivas em torneios do Grand Slam e para 10 a série de triunfos nesta época, estando apurada para as meias-finais do Australian Open pela primeira vez na carreira.
Acompanhada por Brad Gilbert (o ex-jogador tornado treinador e autor do famoso livro Winning Ugly) e por Felipe Luna — o treinador que “roubou” a Gastão Elias — neste périplo pelos antípodas, a tenista da Flórida já assegurou a subida de um lugar no ranking para igualar a melhor classificação da carreira, por troca com a amiga e parceira de pares Jessica Pegula, e mantém-se na perseguição a Aryna Sabalenka, que não pode somar pontos por estar a defender o título conquistado há um ano.
A bielorrussa poderá precisamente ser a próxima adversária, caso supere Barbora Krejcikova na sessão noturna desta terça-feira.